sexta-feira, 3 de junho de 2011

Thor, Filho de Elke (sic)


Entre um gole e outro de um chá verde assaz ruim, li, sem muita indignação, a matéria sobre o “empresário” Thor Batista publicada na Veja Rio da semana passada.

Primogênito da união de Luma “minha adolescência passada no banheiro” de Oliveira com o bilionário Elke (sic) “Cabeça-de-Castor” Batista, o jovem de 19 anos perfila seus gostos e opiniões, além de insistir no seu tino para novos investimentos, como talvez seja o caso na inauguração da filial da boate espanhola Pacha em Pitboyand.

Diabos! O sujeito parece mais um He-Man vestido de Armani e Versace, com seus quase dois metros de altura e seus 45 centímetros de bíceps, esculpidos ao longo de 90 minutos de malhação seis vezes por semana. Ok, isto está definitivamente soando como a resenha de algum filme pornô gay.

Thor anda de Aston Martin pelas esburacadas ruas de Pitboyland, usa os jatos e barcos da família durante seus périplos pelo mundo; bebe Dom Perignon safra 1974 (todo conhecedor sabe que a safra 1973 é, de longe, a mais saborosa...) e se perfuma com o Black Orchid do Tom Ford. Com um índice de gordura de ridículos 4%, Thor usa relógio Breitling, quatro sabonetes para o rosto, creme para a pele, hidratante para as madeixas e spray autobronzeador no esbelto corpo. Ok, eu ainda estou com a impressão de que escrevo estas linhas ao som de Frankie Goes to Hollywood e Jimmy Sommerville.

Thor come frango grelhado com arroz e purê de batata no café-da-manhã (talvez a exemplo de algum antepassado viking...), e nos “restaurantes” (i.e. fachadas...) Mr. Lam, Gero e Antiquarius. Com seu sorriso ondulado, formado por carnudos lábios, Thor se aliou ao pouco-menos-milionário Mário Culhões para, juntinhos, abrirem mais uma descolada boate de VIPs na Gávea.

Tudo isso é bem dinâmico. Dinâmico e suspeito, dirão alguns. Na condição de herdeiro da maior fortuna tupiniquim, Thor Batista se orgulha de não ter terminado um livro sequer, e afirma que recorria à internet toda vez que queria copiar o conteúdo de uma prova escolar. Sim, a história tem inúmeros exemplos de milionários semi-analfabetos que saíram do zero e conquistaram seu naco de planeta. Thor não é um desses exemplos. Para quem quer ser um grande empresário, Thor é exatamente o oposto; um péssimo exemplo em um país onde a leitura já é vista como Graal para poucos.

Paralelamente, não entendo o papel da Veja quando dá espaço para débeis mentais anabolizados como Thor. Qual o tema da próxima edição? Um passeio pelo Hermitage com Paulo Coelho? Uma análise da crise iemenita por algum ganhador do BBB?

No âmbito de um território tupiniquim que se vende como exemplo para o resto do mundo, casos como o de Thor Batista deveriam ser condenados e punidos com algo mais forte que apenas um tapinha numa mão milionária.

Na condição de apreciador e autor de ficção científica, não raro penso no futuro. Pois não é que vejo ele assaz nebuloso?

Conseguirá Thor salvar o dia? Não percam o próximo capítulo desta emocionante saga...

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Reações Gastronômicas

Se você ainda não viu a mais nova propaganda da Arcata, especializada em implantes dentários, faça-o com a máxima precaução. E definitivamente não na hora do almoço...