terça-feira, 25 de outubro de 2011

O Zoológico meu do dia-a-dia (versão Código Morse)

Acordo tarde. Iogurte e café preto. Jornais e rádio. Telefonemas e arrumações. Contas no terminal eletrônico e revistas. Mais do mesmo, sempre. Xingado pelo estudante do ensino público. Almoço leve. Internet e mensagens. Vontade de sair do Facebook (decido até o Réveillon...). Vontade de publicar o livro com os textos dos blogs, e depois recomeçar tudo do zero. Agora, o Butão vai pra frente. Exercícios e banho. Livraria abarrotada. Emergentes plastificadas que procuram livros sobre candidíase. Moleque maconheiro afoito à procura do livro do Thomas Mann. Adolescente querendo "Alice no País das Maravilhas" com "uma capinha melhor". Bial tagarelando com uma fã. Definitivamente, seqüestraram o "Boa Noite", mataram o "Por Favor" e enterraram o "Obrigado". Dando explicações sobre a pressa e a falta de paciência dos demais livreiros. Lanche no intervalo: suco de manga e duas esfirras de carne. Pesquisa sobre fones de ouvido. Volta pra casa. Cuscús com cebolinha. Dois documentários sobre o filme "Laranja Mecânica". Vinho tinto. Capoto depois das duas.

Vampiro Bom é Vampiro Morto




"Stakeland" é o melhor filme de vampiro de 2010-2011. Quiçá de 2012. E isso porque coloca os sugadores de sangue em segundo plano, fato não muito corriqueiro nos filmes do gênero.

É óbvio que possui sua generosa cota de hemoglobina pegajosa exposta em jorros e mais jorros. "Stakeland", entretanto, é diferente, pois se atraca com um espírito de road movie e com um quê de filme de adolescência. O impúbere herói, no caso, perde sua inocência e sua ingenuidade com a primeira estaca cravada no coração de um maldito, à medida que tenta seguir os passos de seu "mestre" na luta pela sobrevivência numa América apocalíptica ameaçada por radicais religiosos assaz caricatos.

Fato é que o filme de Jim Mickle não teve a devida atenção por parte do público. Passou quase que desapercebido (e isso apesar de uma curiosa participação de uma envelhecida Kelly "Top Gun" McGillis no papel de uma freira recém-estuprada...). Em termos de marketing e de bilheteria, perdeu até para aquela refilmagem de merda de "A Hora do Espanto". Aliás, esse Colin Farrel deve ser maluco: participou desta (repito) merda de filme, atuou numa comédia honestíssima chamada "Quero matar meu chefe", e agora está prestes a estrear numa "coisa duvidosa" com um remake (por acaso o cara é viciado nisso?...) de "O Vingador do Futuro".

O curioso é que, após "Stakeland", assisti a uma refilmagem (definitivamente está na ordem do dia...) de "Invasores de Corpos" (1956), de Don Siegel; esta dirigida por Philip Kaufman em 1978. É sobre paranóia, sim, mas também sobre relacionamento humano, sobre confiança, etc. e tal. Tem cenas muito interessantes, participações curiosas (os próprios Kevin MacCarthy e Don Siegel do original...) e um Leonard "Spock" Nimoy cujo personagem - um psicólogo famoso com ares de Paulo Coelho - usa um par de luvas muito do estranho.