sábado, 2 de abril de 2011

O motorista do ônibus tinha tatuagens (versão Código Morse)

Café da manhã cedo. Brazooka da Lapa. Táxi até a Feira da Praça XV. Revistas caras (5 mangos), filmes caros (box do "Sons of Anarchy" por 50 mangos), patches caros (10 mangos). Adquiri um exemplar em Inglês da "Lenda do Santo Beberrão" por...01 (HUM) REAL. 415 até o Leblon. Arrumações. Almoço na padaria. Textos e recortes. 161 (antigo 571) até os Arcos da Lapa. Tráfego caótico em Copacabana após a explosão do bueiro de duas toneladas. Chopp na Mem de Sá e ônibus até o Méier. Tempura, bolinho de arroz e feijão com arroz. Filme ("Monsters": road-movie de ficção científica muito bom...). Passeio com o cão. Cama por volta das duas da matina.

terça-feira, 29 de março de 2011

O doce odor da esperança

A cena aconteceu em um 132 vindo do Centro, numa sexta-feira assaz nublada e abafada.

Sentado em uma das poltronas, estava um senhor. Uns 50 anos, quiçá mais. Calvo tal qual um monge franciscano. Gordinho. Vestido de terno impecável, e portando uma maleta 007 de última geração, com lugarzinho cativo para lap-top, netbook e demais maquininhas.

Até aí, nada de mais.

Lia, contudo, uma graphic novel (que, infelizmente, não pude identificar).

Sim, ainda existe esperança para este planeta...

Um piloto chamado Kassab

Eu não gostava nem um pouco do prefeito paulista Gilberto Kassab. Após aquele episódio na entrada de um hospital de São Paulo, no qual, histérico, ele chamava alguém de vagabundo e tal, continuei achando ele mais um político tupiniquim. Bobão, sem graça, e sem força alguma no cenário político tupiniquim. Em suma, um factóide ou algo que o valha.

No começo deste ano, entretanto, as coisas deram sinais de mudança. Kassab estava insatisfeito com a trajetória da oposição aos governos Lula e Dilma; isso sem falar do constrangimento gerado pelo escândalo envolvendo o governo Arruda no Distrito Federal.

Conversa vai, conversa vem, e Kassab resolveu pular fora do partido e criar um novo. Até aí, nada de mais. Político-turista é o que mais existe nesta terra. Partido então...

Ao longo dessa mudança, Kassab expôs suas idéias, explicou a estrutura do novo partido e seus objetivos no que tange ao cenário político. Aí, eu comecei a me interessar. Convenhamos: desde o episódio do hospital, Kassab mudou seu comportamento. Ficou mais calmo e - achava eu - mais esperto. Nessas últimas semanas, li artigos sobre esse novo partido com maior atenção. "É", dizia eu, "faz sentido...". O tal novo partido - Partido Social Democrático (PSD) - trazia idéias, senão bem-vindas, pelo menos honestas, equilibradas, pragmáticas.

Mas aí deu no que deu. Hoje, ouvi na rádio que Kassab colocaria, dentre os quadros do partido, a senadora Kátia Abreu, aquela fazendeira desvairada que quer ver a Heloísa Helena pendurada pelos pés. E o tal Índio da Costa, o vice-invisível do Serra nas últimas eleições. Isso sem falar na polêmica que criou com a família do JK acerca do próprio nome do partido. Aí virou festa.

É a tal história do piloto de primeira viagem. O sujeito está no comando do avião pela primeira vez, manobra o aparelho na pista de decolagem. Nervoso, acelera os motores e decola. E sobe. Sobe, sobe, sobe. Cada vez mais confiante. Nisso, os passageiros resolvem parabenizá-lo pelo grande êxito nas manobras. O que o piloto faz? Levanta da cadeira e vai receber os cumprimentos...

Pombas! Assim se faz política neste território tupiniquim...