quarta-feira, 6 de abril de 2011

Propaganda: savoir-faire de poucos (parte 1)



"Vai, filho! Me dá logo as chavich (sic) do crujador (sic) imperial! 20 dojich (sic) de Black Label não chignificam (sic) nada..."
"Nãããããããããããooo!!!!!"

SE BEBER, NÃO DIRIJA

terça-feira, 5 de abril de 2011

Um masoquista em Hollywood

Afirmar que eu gosto de Nicholas Cage seria um erro.

Gosto de muitos filmes que ele fez, gosto da maneira como ele atua – acima da média – e gosto de grande parte de seu histórico pessoal. Gostei de “Rumble Fish”; gostei de “Birdy”, gostei de “A Rocha”, gostei de “Arizona nunca mais” e daquele remake dirigido pelo John Woo e co-estrelado pelo Travolta. Gostei de “Wild at Heart”, de “ConAir” e até da refilmagem de “Vício Frenético”. De resto, gostei mais ou menos, ou simplesmente não gostei.

A julgar pelo trailer de seu último filme (“Drive Angry”, aqui “Fúria sobre Rodas”), vou ficando com a última opção. Pois o que é aquilo? Uma continuação do “Motoqueiro Fantasma”? Uma mistura de road movie e satanismo? A trama é tão bizarra que chega a ser surreal pagar um centavo sequer para assistir a isso no cinema. Este vosso humilde escriba chegou ao ponto de ter certeza que a “bomba” seria lançada diretamente em DVD por aqui; de preferência à venda nas Lojas mericanas por módicos 9,99 mangos.

Errei feio. Soltaram a criatura nas salas de cinema, para alegria de pitboys e pitgirls de Pitboyland.

Não é o caso de afirmar que Nicholas Cage é coisa do passado (até porque no passado recente temos outra aberração chamada “Caça às Bruxas”, estrelada pelo mesmo Cage...). Não. Na verdade, está no caminho certo para se tornar um ator cult, do mesmo porte de um Christopher Walken ou de um Donald Sutherland. Ator cult, no entanto, também tem altos e baixos.

E Cage, do alto de seu profissionalismo sincero, está numa fase de baixos bem baixos...

Uma Paris Hilton nada virgem para Deus

Semana passada, radicais e demais débeis mentais assassinaram funcionários da ONU no Afeganistão. Marcharam, mataram e se mandaram. Segundo os próprios “manifestantes”, o ataque e as mortes foram uma resposta à queima do Alcorão promovida pelos pastores da Flórida Wayne Sapp e o já-famoso Terry Jones (sim, homônimo de um dos Monty Python...).

O massacre de Mazar-i-Sharif foi duramente condenado pelas autoridades internacionais, que não negaram a infiltração, no meio dos extremistas, de insurgentes. O governo americano criticou a atitude dos pastores, que parecem só terem levado um tapinhas nas mãos como advertência. Jones, contudo, afirmou não ter remorso, e colocou mais lenha na fogueira ao dizer que “o Islã não é uma religião de paz”.

Como todo débil mental oriundo de uma educação constipada, o pastor superstar não parece conhecer o episódio medievo das Cruzadas. Tampouco os nefastos acontecimentos ao longo da Inquisição. Com cara de matuto, o pastor-sensação-do-momento insiste em generalizar as crenças, os atos e as punições. Possuidor de um bigode à la Village People, o übber-pastor não entende que sua ira pode se voltar contra ele, no impiedoso jogo de dominós da imagem.

Pois, de fato, a administração Obama em nada quer ser comparada com o lastimável governo de George W. Bush e seu malfadado teatro de guerra. Quer, sim, aparecer aos olhos do mundo na condição de salvadora das nações, sejam estas ocidentais, sejam de outras culturas (vide o corrente episódio líbio...). Ou seja: a palavra de ordem é “temperança”; um olhar mais pragmático sobre a política externa; bem longe da atitude ensandecida e bélica de seu antecessor cowboy. Do contrário, passa por extremista e perde milhares de votos para uma possível reeleição.

Basta um passo em falso, e os pastores desaparecem na boca de algum alligator da Flórida.

Em tempo: este vosso humilde escriba gostaria de saber se os tais nepaleses assassinados em Mazar-i-Sharif eram soldados gurkhas. Comentários serão bem-vindos (o que não deixa de ser irônico...).