sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Quando a Revolução passa na TV...

Eu já sabia que o Seif Kadafi era um playboy idiota. Também sabia que seu pai, o ditador líbio Muamar Kadafi, estava fora do país naquele domingo de fevereiro. Sabia que ele estava no palco do Domingão do Faustão como seu alter-ego, o majestoso Cauby Peixoto, de 80 anos, interpretando sucessos tais como "Conceição" e "New York, New York".

A geopolítica tinha dessas.

O que eu não sabia, entretanto, é que o pronunciamento de Seif na televisão estatal seria tão chato quanto ouvir um milionário dentuço anunciar, aos prantos reptilianos, sua aposentadoria dos gramados.

Ok. Muamar é um péssimo orador. Ora coloca a culpa no Osama bin Laden, ora trata o populacho como um bando de ratos, ora pede para que todos dancem e cantem. É demagogo, e com um pé num misticismo de pacotilha. Seif, no entanto, é chato e repetitivo; a ponto de qualquer observador com um mínimo de cultura concluir que restam poucos dias para que a família Kadafi pique o camelo em direção às praias venezuelanas. De fato, à medida que jatos e mercenários - africanos E do Leste Europeu - cuspiam fogo nos manifestantes, a situação do ditador tornava-se insustentável, e isolavam a Líbia em um daqueles abismos do cenário internacional.

A grande dúvida deste vosso humilde escriba é sobre o resto da Grande África. Principalmente a África negra; pois é notório que diversos estados são governados por pequenos ditadores e aproveitadores (Sudão, Gabão, Zimbábue, etc.). Não porque meus pais ainda moram em um deles - segundo eles próprios, devidamente ladeados pelo comandante dos paraquedistas franceses e pelo chefe de inteligência do atual presidente. Mas, sim, porque esse início do que parece ser uma série de levantes populares, mesmo não tendo todo o aspecto "épico" que não raro lhe atribuem e os desdobramentos sonhados no exterior, tende a expôr novas facetas de um continente que ainda é observado e analisado de modo assaz errôneo.

A Boa Notícia da Lógica

Estreou uma cine-biografia do fenômeno - mais um - Justin Bieber. O moleque tem 16 anos. Por acaso isso quer dizer que logo logo o carinha vai vestir o paletó de madeira?...

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Dreams Inc.


Catzo!!! A que ponto chegamos...

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Sobrevivendo nos Blocos de Rua

Eu vi isso com estes olhos. E ouvi isso com estes ouvidos. Ali, na altura do cinema Leblon, uma jovem mãe berrava com seu filho:
"Vai no bloco, sim, e ponto final! Tem que ir no bloco como todo mundo, pra se divertir! E pára de chorar, porque não vai adiantar coisa alguma!!!"

Good Lord.

Chegamos a um ponto em que Carnaval é obrigatório; um ponto em que pular em bloco de rua é dever cívico. Qual o passo seguinte? Voto obrigatório em escola de samba?
Sequer encherei o sacrossanto saco do caro e raro leitor com minha aversão ao Carnaval. É pura hipocrisia; putaria generalizada pintada de diversão inocente. Jogo mercantilista colorido e enfiado goela abaixo de toda e qualquer classe.

À primeira vista, é festa. Mas tente o leitor observar com mais atenção, e constatará o que de mais podre existe numa sociedade. Desculpas esfarrapadas de gente que, querendo se divertir, extrapola, danifica, vandaliza, estupra, ataca e depois posa de bom cidadão. Desfile de Barbies e Kens inchados de silicone e drogas até a alma. "Festa da Carne", pois não. É bom para lavar a alma. Mas com o quê?

As histórias que eu já ouvi fariam qualquer bispo da Igreja Universal - "ou dá, ou desce!" - levar um simples tapinha na mão. Chantagens, subornos, todo tipo de crime para alegrar o público, nacional ou estrangeiro. Rios e mais rios de dinheiro, de origem oficial ou oficiosa, lambendo as avenidas cobertas de paetês.

Pombas! Eu começo a ouvir a palavra "Carnaval" em setembro do ano anterior! E depois vêm me dizer que o povo é trabalhador?! Até posso concordar que o Carnaval de outras épocas era mais inocente, menos voltado para aspectos mercadológicos e políticos.
Mas ir de encontro a essa maré é batalha perdida. Será?

O tal filho não parou de chorar e espernear por uns bons 100 metros.
Um pequeno herói. Por enquanto...