terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Prêmios Kaspar Hauser de Qualquer Coisa 2010

Melhores Filmes: “Iron Man 2”; “Os Homens que Encaravam Cabras”; “The A-Team”; “Kick-Ass”; “Whip It”; “Machete”; “Valhalla Rising”; “Youth in Revolt”; “Inception”; “Solomon Kane”.
Melhores Downloads: “The Mechanic”; “Let the Good Times Roll”.
Melhores Séries de TV: “The Walking Dead” e “Hung”.
Melhores Leituras: “O vendedor de Armas” (Hugh Laurie); “In Their Own Write” (Paul Gorman); “The Unsung Heroes of Rock’n’Roll” e “The Last Opium Den” (Nick Tosches).
Melhores Quadrinhos: “Le Chasseur Déprime” (Moebius).
Melhores Shows: Social Distortion (Circo Voador – Abril); Big Trep (Cinémathéque - Abril); D.F.C. (Audio Rebel – Maio).
Melhores Discos: “Soldier of Love” (Sade); “Something for Everybody” (Devo).
Melhor Exposição: Moebius na Fundação Cartier (Paris – Novembro).
Melhores Bandas: Airbourne, Grinderman e Metric.
Melhores Bares: Empório (Ipanema); Salvação (Botafogo); Tropeço (Leblon); Bar do Adão (Copacabana)
Melhores Restaurantes: Academia da Cachaça (Leblon); Ráscal (Leblon); Miyako (Botafogo).
Melhor Fast-Food: Burger King (NorteShopping).
Melhor Lanche: cachorro-quente (Méier); Beach Sucos (Leblon).
Melhor Petisco: empada de queijo coalho e alecrim (Academia da Cachaça).
Melhor Prato: suflê de bacalhau (Bete); pudim de laranja (Márcia).
Melhor Programa de Índio: pegar um ônibus em Pitboyland durante as noites de Carnaval e Copa do Mundo.
Melhor Bairro de Pitboyland: Méier e suas fachadas fifties.
Melhor Colchão: o da minha namorada...
Melhor Aquisição: uma fivela de cinto da União Soviética (feira da Praça XV)
Melhores Festas: Ressaca do Rock (Cine Lapa – 02 de abril); College (Cinémathéque – 20 de abril)
Melhores Músicas Tocadas na Bateria: “Lady Evil” (Black Sabbath); “Runnin’Wild” (Airbourne)
Melhor Devaneio: eu achando que anões montavam nas costas de pombos geneticamente modificados prestes a atacarem Pitboyland...
Melhores Médicos: Doutora Carolina (dentista); Doutor Wagner (“check-up master”...).
Maiores Perdas: Vó Leda; Frank Frazetta; Ronnie James Dio.
Melhores Vídeos Alugados: “Se Beber, Não Case”; “SuperBad”; “Charlie Wilson’s War”; “Balls of Fury”; “Armored”; “JCVD”; “Up in the Air”; “Crepúsculo”; “The Town”; “Jonah Hex”.
Piores Filmes Alugados: “The Werewolf”; “Pandorum”; “A Serious Man”; “Nine”...
Melhores Programas de TV: “Man versus Food”.
Menção Honrosa Bruno S.: ao próprio Bruno S., falecido em agosto.
Melhor Sacada: ter votado nulo e dado uma banana pra todo e qualquer político brasileiro.
Piores Pragas de Pitboyland: flanelinhas e tocadores de pagode pra turista.
Melhores Casamentos: primo Marcello (Guaratinguetá – maio); prima Marcella (Rio – setembro); Alexandre e Alexandra (Rio – junho).
Melhor Nascimento: Luiza, filha do Dan e da Lorena.
Melhor Exorcismo de Pacotilha: Miguelzinho D.F.C., em viagem ao Marrocos.
Melhor “Branché”: Armando Vitor.
Melhor Animal Racional: Elvis, the Dog.
Melhor Profecia: qualquer uma de “pai” ‘Daddy-O’ Dan Hassan acerca da vingança da Mãe Terra.
Melhor Boa Ação: ter distribuído camisetas e DVDs do AC/DC a pessoas queridas e amadas.
Melhores (e piores) Frases: “Ninguém merece...” (minha dentista); “Meus dentes estão mais brancos que os do Clark Gable...” (eu); “...culpa daquele merda com a camiseta do Wu-Tan Clan...” (Rodrigo Hot Rod, aos prantos ao admitir que era corno...); “...tem a tauba (sic) de filé-minhún (sic), que é muito boa...” (garçom do Bar do Adão); “Toma dois Reais e vai comprar um guaraná, vai...” (Pacha Urbano); “Uma piranha com arroz à grega, por favor...” (eu mesmo, bêbado, pedindo uma picanha com arroz egípcio no Joaquina da Cobal do Humaitá...);“Órgão público é pau de gigolô” (anônimo); “If you don’t balak them, they will balak you...” (guia marroquino em Casablanca)“De um a dez, dou zero...” (motorista paulista); “O teu nome virou sinônimo de Satã” (Marília Gabriela – Roda Viva – 01/11/2010); “Eu tenho muito apoio neste país...” (José Dirceu, no mesmo programa Roda Viva...); “Sai! Sai! Saaaaaaai!!!” (BB Takahashi, ao descobrir o que realmente estava fazendo cócegas na sua perna...).

sábado, 25 de dezembro de 2010

Não custa lembrar (e caso custe, sai por 1,99...)

Patriota = Pateta + Idiota

Pernil de Natal e Perneta de Copacabana

Sim. A festa de Natal do dia 24 foi agradável, e isso apesar deste vosso humilde escriba ter exagerado na comida (pernil, demais aves, farofa, arroz, bolinho de bacalhau, salada de massa, salada de feijão, pudim, brigadeiro, etc.) e na bebida (cerveja, cerveja e cerveja...). Recebi um belo presente e presenteei muito (nada como o sorriso de uma criança hiperativa de 9 anos que estuda violão ao receber um DVD do AC/DC...).
Fui dormir com o raiar do sol e só acordei quando o astro-rei estava no topo. Comi um sanduíche de pernil no café da manhã, devidamente acompanhado de uma xícara de café preto. Passeei o cão e escrevi algo. E eis que me deparo com a fatídica notícia de que a Princesinha do Mar está mergulhada no caos provocado pelo esquema de segurança para o show do artista-pirata Roberto Carlos. Nem os próprios moradores das redondezas estão podendo chegar em suas próprias casas, resultado das inúmeras barreiras policiais e das ruas fechadas ao trânsito.
Em tempos passados, cabeças do serviço público rolariam e o tal artista-bucaneiro seria enforcado em praça pública, para deleite da turba enfurecida.
É Natal, diabos! Ao povo o que lhe é de direito!

sábado, 18 de dezembro de 2010

Temporada de Caça ao Político Débil 2010 (Inscrições Abertas)

Entre um salgadinho Ebicen sabor camarão e outro, li as várias declarações do chamado "governador" Sérgio Cabral no tocante a bingos e abortos. Passo os detalhes, já que hoje é sábado - assaz ensolarado...ou ensolarado demais - e mais tarde não quero estar estressado quando (finalmente) for assistir ao tal filme com o George Clooney, "Um Homem Misterioso" (ah, os tradutores tupiniquins...).
Contudo, é fato que temos um verdadeiro boçal no governo deste estado. Boçal reeleito, aliás. Já não bastassem outros momentos ridículos em anos anteriores, e tristes declarações acerca dos mais variados assuntos (violência, funk, carnaval, Madonna, etc.), esta semana senhor governador vomita mais essa.
Político rouba, político é corrupto, político apronta várias. Mas de uns tempos pra cá político deu pra gostar de falar. Não aquela demagogia dos tempos dos senadores romanos. Besteira mesmo. Valentia em forma de frase, do tipo "eu falo mesmo e quero ver quem vai peitar!!!". Na condição de humilde jornalista, não sei pra que diabos eles contratam assessoria de imprensa.
Enfim. Eu só espero que depois da liberação do aborto e do bingo, esses mesmos canalhas fãs da "auto-ajuda" (sim, 26 mil mensais é auto-ajuda...) não reclamem sobre violência e juventude transviada. Pois aí a hipocrisia vai transbordar.

Rio Heat (e demais momentos...)

O 476 parte às 16:30 do ponto da Ataúlfo de Paiva, no Leblon. A confusão começa ali mesmo. Pessoas falam alto, trocador e passageiro se irritam, vendedor de balas e amendoins não consegue vender muito. O calor está, como sempre, insuportável. Coloco o Rocket from the Crypt pra tocar no Ipod e só espero que ninguém me incomode até o ponto final, no Méier.
Engarrafado na Bartolomeu Mitre. Engarrafado na Lagoa. Engarrafado em São Cristovão. Um grupo de jovens discute sobre drogas e funks proibidões. Um "morador de rua" - o politicamente correto é mesmo uma merda - entra no ônibus e não quer pagar. Discute com o motorista e começa a apertar uns botões no painel de controle ao lado do volante. Os passageiros se irritam, alguns querem um linchamento de praxe. Dois PMs se aproximam a passos lentos da entrada do veículo. O morador de rua desce antes e caminha sem olhar para trás.
Chego ao destino por volta das 18:00. Tomo um suco de uva com bastante gelo e descarrego minhas tralhas. Meia-hora mais tarde estou no shopping da região, lotado de jovens, namorados, casais, famílias, idosos, playboys, emos e qualquer coisa que respire decentemente e queira sua cota diária de ar-condicionado. Loja de utensílios domésticos, loja de móveis. Lanche no Burger King. Já em casa, devoro os restos da costelinha de porco com purê de batatas, e tomo mais um suco de uva assistindo a um programa sobre a central de chamadas de emergência da polícia americana. Tentativas de estupro, ataques cardíacos, esse tipo de coisa.
A costelinha estava deliciosa.
Capoto feliz.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Haikai Tupiniquim

Maluf Diplomado
Tiririca Diplomado
Kirisoré Desempregado
Sukita com gelo
Muito gelo

Pe(r)dido de Natal


Querido e Bom Velhinho,
se não for pedir muito, gostaria de ganhar o trabuco que o moço da foto está usando com inefável alegria. Um Sedex 10 iria bem. Agradeço de antemão e prometo, mais uma vez, que continuarei sendo o bom menino de sempre.
p.s.: favor não esquecer a munição...

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Vamos Levando, aqui e mundo afora...


26 mil mangos mensais. É o novo salário de deputados, juízes, vice-presidentes, presidentes e demais representantes dos três "podreres". Feliz Natal para todos, uma vez que o peru nos foi servido de antemão...
Enquanto isso, na alegre Itália, deu xabú dos bons...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Futebol Fatal

...Hoje o Inter vai ver a pintada (do Kidiaba e ao som de "Hard as a Rock" do AC/DC ao vivo no Circus Krone)...

sábado, 11 de dezembro de 2010

Mother Dinah Wants You!!!

Sejamos práticos. Medina e companhia deveriam parar com a embromação e divulgar logo algo que interesse. Aqui vai uma lista de bandas que gostaria de ver no Rock in Rio de 2011:
1) AC/DC
2) The Who
3) Airbourne
4) Joan Jett and the Blackhearts
5) The Cars (recém-reformado)
6) Social Distortion
7) The Raconteurs
8) Iggy Pop (com ou sem Stooges)
9) Camisa de Vênus
10) Nick Cave / Grinderman
11) Nashville Pussy
12) The Mighty Mighty Bosstones
13) Led Zeppelin (manda o Robert Plant parar com a viadagem...)
14) Anthrax
15) Bruce Springsteen
16) Slayer
17) Anvil
18) Down
19) Ice-T e Bodycount
20) D.R.I.
21) D.F.C.
22) Molotov
23) Brian Setzer Orchestra
24) Reverend Horton Heat
25) Jon Spencer Blues Explosion
26) Rocket From The Crypt
27) Hells Belles
28) Sick of it All
29) The Cult
30) Sisters of Mercy
31) Van Halen
32) Agnostic Front
33) Devo

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Forcas e Forcas

Libertaram a Sakineh no Irã. Que venham o livro de algum ghost-writer holandês, o filme estrelado pela Angelina Jolie e o game da Nintendo com músicas do U2...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Lição de Casa (ad aeternum)

É pauta de todo jornal desta sexta-feira. A CPMF - agora com outro nome, que já esqueci - pode voltar em 2011. Sarney não desmente, e certamente não culpa o Legislativo por isso. Dilma afirma que não vai dar idéias, mas que também não culpará governadores, senadores e deputados caso eles sugiram a volta da taxa.

Isso sem falar nos aumentos que estão por vir (luz, etc.) e tal história dos royalties do petróleo. Convenhamos: eu não quero estar na pele de Sérgio Cabral, Lindberg e companhia nos próximos quatro anos...

Em bom português: quem não votou nulo, levará no rabo em 2011. E levará bonito, com o sentimento de culpa por ter votado em alguém que sequer tocou nos assuntos acima durante a campanha.

Comemorem enquanto estiver barato.

Questões Urbanas de Pitboyland

Hoje à noite, a bordo de um 457 assaz lento e quente, passei por um posto de gasolina do Engenho Novo. Ali, sob um luar satânico e cansado, um bom homem desfavorecido (i.e. mendigo) tomava banho sob os esguichos de uma mangueira de lavar carros devidamente manuseada por uma frentista de cabelos oxigenados.

Pensei cá com meus botões: "ora bolas! Se a classe média pode sair de férias, a classe baixa pode muito bem ter suas fantasias...".
De fato.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Brothers in Arms

O presidente Obama disse, há poucos instantes, que, visto o resultado das eleições para a Câmara dos EUA, deveria ter trabalhado mais.
Bem-vindo ao clube...

"...tá difícil..."

Hein?! (parte 1)

Este vosso humilde escriba está passando por um tratamento otológico (i.e. dos ouvidos...). Por esta e por outras, é uma ameaça em potencial nas ruas e ruelas de Pitboyland.

Minha audição está nos 10, 15%, por aí. Não ouço a campainha, não escuto o telefone, e as músicas do Ipod - mesmo de bandas tais como o glorioso e eterno AC/DC - mais parecem uma cantiga de ninar para satanistas e demais "enfants terribles". Assistir a "Extermínio 2" e "The Walking Dead", então, foi uma agrura dos diabos ("o que foi que ele disse antes do zumbi atacar?!!!"...).

O remédio - Cerumin - é, no entanto, uma benção para certas ocasiões. De fato, não escuto mais a babaquice recorrente dos garagistas e seguranças do shopping ao lado. Não ouço a dita "Sinfonia do Amanhecer no Prédio" (escarros, tosses, palavrões, berros, choros de crianças e rádio evangélicas oriundas do apartamentos vizinhos...) como de costume. Sequer escuto os esporros e cobranças de familiares e amigos.

Como bem disse meu otorrino, "se você não usar mais cotonete, eu perco meu emprego e meus filhos vão passar fome". A desgraça - e momentânea surdez - de uns é a glória de outros.

Imagens de um certo Palácio do Planalto...



Tão óbvias quanto esta eleição...Tão óbvias quanto o que está por vir...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Danger Zone Indeed...

"Top Gun 2" vai ser filmado por Tony Scott???!!! Tom Cruise pregando cientologia a bordo de um jato? Tom Cruise negociando jatos com a Dilma? Cruz Credo!!!!
Aviso prévio: o roteirista dessa futura josta - a qual, aliás, assistirei, como bom jornalista - já está jurado de morte em certos brejos de Pitboyland.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Chicotada de Drew Barrymore não dói...



Revi o "2001" de Kubrick outro dia, e lá estavam eles: Dilma, Serra e amigos, a vislumbrar o misterioso e negro monolito tupiniquim.
Ontem - domingo - foi dia de debate na Rede TV. Pior que bingo, pior que budista comatoso. Uma chatice entre dois ditos candidatos fantasiados de disco arranhado, e mediados por uma tal Kennedy que, convenhamos não media sequer briga entre hamster e barata.
Resolvi desligar a coisa toda e coloquei dois DVDs seguidos, devidamente acompanhados de cachorro-quente, refrigerante e cookies.
O primeiro filme se chama "Solitary Man" e é estrelado por Michael Douglas. Não é de todo ruim. Conta a história de um cara beirando os 6o anos, que, às voltas com problemas do coração, joga tudo pra cima, se torna um canalha mas se arrepende aos poucos. Como disse, não é de todo ruim, mas o final é péssimo. E isso apesar das boas atuações.
Já o segundo filme é ótimo. "Whip It", dirigido pela atriz Drew Barrymore, desce redondo, tal qual cerveja gelada durante um verão carioca. Nele, Ellen Page interpreta uma garota de cidadezinha do interior que descobre, nas corridas de patins, a vocação dos sonhos. O roteiro é muito bom, os atores são muito bons, a trilha sonora é muito boa, a fotografia é muito boa, e o todo me faz pensar naqueles bons filmes de adolescentes da década de 1980. Assista, faça download, roube (acho que já tem nas Americanas...)!!!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

De Profundis (versão chilena...) (parte 3)

Correção: Aécio Neves, Anastasia e Itamar Franco não estão entre os mineiros que voltarão à superfície no Chile. Segundo fontes deste vosso escriba, a festa lá embaixo está "uma coisa"...

Coleeeeeeeeeeeeega!!!!

De Profundis (versão chilena...) (parte 2)


Se o resgate dos mineiros demorar muito, periga o governo chileno aumentar a pressão do tal túnel artificial e transformar o mesmo em canhão para projetar os mineiros além da Cordilheira dos Andes. Como nos bons tempos do circo.

Pipoca e refri de grátis...

Passado Condenado

Estava este vosso humilde escriba a zapear a TV, quando surgiu, ante meus olhos, um programa sobre a Jovem Guarda (Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléa, Rosemary, Vanusa, Jerry Adriani, etc.).

Aparentemente, há um revival desse movimento musical, com grupos e jams que executam sucessos tais como "Festa de Arromba" e "Menina Linda".

Cá pra nós, eu curto um Ronnie Von, mas por razões particulares específicas (Ronnie é filho de diplomata, sabe cantar, curte uma piada, e tem um filho que possui uma guitarra original assinada por Angus Young...). O resto, quero que se exploda (de preferência a bordo do Lady Laura, e em pleno Oceano Índico...).

Tenho dito.

De Profundis (versão chilena...)

A julgar pelo design da cápsula de resgate dos mineiros chilenos, sou muito mais um 476 (Leblon - Méier) abarrotado no rush de uma quarta-feira...E ainda dispensa dieta...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Sessão Yuppie no Leblon 2

Ontem fui assistir à continuação do "Wall Street", de Oliver Stone. Sessão das 20:40 no Leblon 2. Poucos espectadores, alguns grupos de jovens que, a julgar pela beca, tinham acabado de sair de algum escritório de contabilidade ou coisa que o valha.
O filme parece mesmo uma daquelas tabelas de cotação que nao raro aparecem nas reportagens da Bloomberg. Sobe durante os primeiros minutos, depois sobe mais ainda ao longo da história, mas cai vertiginosamente nos últimos 30 minutos. Em outras palavras, o filme é meio palha. Tem sacadas legais, aparições legais (e óbvias...), mas descamba pra uma reles história de vingança com final feliz. As atuações são óbvias (com exceção de Frank Langella e Josh Brolin...), e algumas imagens (bolhas e mais bolhas...) beiram o inútil.
Com o estômago cheio de pipoca e refrigerante, saí da sala com a sensação de que meu dinheiro foi mesmo parar na conta de algum almofadinha viciado em sushi e energético. Dizem que os yuppies desapareceram da face da Terra antes mesmo daquela história do Bug do Milênio. Tenho cá minhas dúvidas. No shopping que ladeia meu prédio, esses caras são legião; camisa social rosa com a manga arregaçada, pullover da Polo by Kim, calça da Zara,e por aí vai. Mexem com números e se divertem (às custas, não raro, dos outros...).
Enfim: "Money never sleeps..."
Neighter do I....

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

The End (parte 01)

Wagner Montes, Tiririca, Miriam Rios, Garotinho, Bolsonaro...E ainda teve gente me criticando por votar nulo...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Solomon Kane contra os Estúpidos que fazem a programação de cinema carioca

Porra! O filme "Solomon Kane" recebeu críticas favoráveis, não só por parte de fãs e especialistas internacionais, como também por jornalistas tupiniquins. Quando estreou, só conseguiu uma sala na Zona Sul de Pitboyland (o Roxy, em Copacabana...).

Passada uma semana, sai da mesma sala, e agora só pode ser assistido em salas da Barra (eca) e da Zona Norte (nada contra, apesar da peregrinação de metrô para um shopping cuja praça de alimentação tem fortes vínculos atemporais com os melhores estabelecimentos da Idade Média européia...).
Só não faço um download pirata porque quero prestigiar. Fã de Robert E. Howard é fã.

Até - e principalmente - no inferno...

Let's Face It, Sherlock...

Prometo que esta vai ser a última vez que escreverei algo sobre as eleições do próximo mês de outubro. O fato, contudo, é que somente um débil mental pode afirmar que essa eleição é democrática, dinâmica e emocionante. Convenhamos: um bicho-preguiça atacando um comatoso em câmera lenta é mais emocionante que a dita “disputa” entre Dilma, Serra e Marina (ooops, quase esqueci dos não-menos “dinâmicos” Plínio, Eymael e sei lá quem mais...).

Os debates são patéticos, e mais parecem partida de bingo nos cafundós de alguma cidade cuja média etária da população é de 110 anos. Os comícios não servem pra muita coisa, a não ser embaralhar ainda mais o trânsito e emporcalhar a cidade. A troca de farpas é fraca ou totalmente ignorada (pombas! O eleitor um pouco mais esclarecido tem de conviver – cúmulo dos cúmulos – com um Lindberg que aplaude, sorridente, aliança da Dilma com o Collor...Ou seja: se vendeu em tempo recorde...). E eu ainda tenho de agüentar, mais uma vez, o desfile de sorrisos amarelos e de penteados (menos pro Serra...) que parecem saídos de algum filme soviético.

No momento em que escrevo estas palavras, escuto uma seleção de artistas que “queimei” em alguns CDs. Iron Maiden, Madonna, Billy Idol, Def Leppard, Stevie Wonder, P.I.L., Robert Palmer, Nina Hagen, Wang Chung, Rob Zombie, Sonic Youth, Babylon Zoo, Mano Negra, Heart, Michael Jackson, entre outros. É um momento de alienação. Um entre tantos outros. Alienação autorizada, admito. As coletâneas, de certa maneira, me impedem de partir para uma ignorância assaz clichê, na qual xingaria todos os políticos e candidatos, denunciaria uma cleptocracia populista e ufanista, e repetiria ad nauseam minha escolha pelo voto nulo.

Escuto música para não escutar a merda de sempre, seja na televisão, seja no rádio.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A Rede Goebbels não sabe a grana que está perdendo...

Pois é. Novela da Rede Goebbels tá ficando cada vez mais chata. As tramas são patéticas. Os personagens-clichês parecem pescados de algum programa do Windows: o grande empresário, o drogadinho rico, a ninfomaníaca que se veste de Zara, o favelado honesto, a empregada nordestina, o porteiro desprovido de caráter, o sujeito que não sabe falar direto, o chef de cozinha com TOC, o bandido em busca de redenção, o sexagenário saudosista, e por aí vai.
Mas eu pergunto: se a Rede Goebbels se vangloria tanto de vender seus produtos para os cinco continentes, por que diabos ela não usa um pouco de criatividade – como, confesso, já foi o caso, em priscas eras – e originalidade – nunca foi o caso – para pagar a pensão de Dona Lili Marinho?
Indo de encontro aos meus próprios e pétreos princípios, darei aqui (opa...) algumas dicas para o übber-channel da TV aberta no tocante a chamadas de possíveis próximas novelas das oito:

Exemplo 1: “Nos confins do alegre Estreito de Behring, Ayuk, O Velho (Tarcísio Meira), casado com Laluk (Fernanda Montenegro), tenta dar um upgrade na sua cooperativa de esquimós pescadores de focas e orcas. Para tanto, conta com a ajuda do misterioso Yuyuk (Reinaldo Giannechini), apaixonado por Jujuk (Danielle Winnits). Entretanto, Ayuk terá de enfrentar as artimanhas de seu arquiinimigo, Mumuk (Tony Ramos). Grandes emoções em...QUEIMADOS PELA NEVE...a nova novela das oito!”

Exemplo 2: “Na esperança de liderar seus companheiros vikings em mais uma jornada marítima, o destemido guerreiro Olafsson (Lázaro Ramos) se depara com o clã rival dos Lobos Altos, liderado pelo rebelde Eleiffsson (Eduardo Moskovis). Ambos também cobiçam o coração da bela Ütta (Mariana Ximenes). Mal sabem eles que serão vítimas de uma mortal praga trazida pelos novos cristãos do misterioso e avantajado Romanus (José Meyer). Grandes emoções em...AS RUNAS NÃO MENTEM...a nova novela das oito!”

Exemplo 3: “François (Fiuk) é um pobre parisiense que sonha em se dar bem como pintor de nus. Um dia, salva a bela Marceline (Cléo Pires) de uma tentativa de estupro orquestrada por decendentes de argelinos desiludidos com a vida nos subúrbios. Ambos viverão uma paixão proibida, pois o pai de Marceline, o irracível Jacques LeGros (Walmor Chagas), produtor de vinhos caros, fará de tudo e de mais um pouco para por um fim no amor dos jovens. E tem mais: o irmão de Marceline, o alcóolatra Marcel (Rodrigo Lombardi), quer ver o circo pegar fogo e pensa em entrar pra Al-Qaeda. Grandes emoções em...GUERRA DE BAGUETES...a nova novela das oito!”

Exemplo 4: “Fragon-Ök (Rodrigo Santoro) é um venusiano que quer conquistar o planeta Terra e escravizar os seres humanos. Mas em sua sede de vingança, ele se apaixona pelo belo espécime humano Madalena (Marcello Antony), um traveco do bas-fond paulista, que tentará demover Ök de seus planos. Para isso, contará com a ajuda das divertidas “colegas” Dinalva (Tony Ramos) e Jurema (Fiuk) e do ex-neo-nazista Chucky (Wagner Moura). Grandes emoções em...GOSTO DE ESTRELA...a nova novela das oito!”

Exemplo 5: “Frukus-Amon (Luigi Barichelli) é um pobre diabo vivendo sob a chibata do faraó da 25ª Dinastia Amenófis (Francisco Cuoco), mas se relaciona secretamente com Anak-Papoum(Carolina Dickerman), filha caçula do soberano. Decidido a reclamar seu amor e tomar o trono, Frukus-Amon contará com a ajuda das múmias de suas duas avós, Lilith (Dercy Gonçalves) e Luluth (Tônia Carrero). Grandes emoções em...PIRÂMIDE DE INTRIGAS...a nova novela das oito!”

Exemplo 6: “Otoniev Kaplevich (José Meyer) é um mero servo do Tzar russo (Othon Bastos). Entre um açoite e outro, vive uma paixão platônica com a bela e inocente Irina Zazilieviska (Regina Duarte), mas também sonha em se tornar um grande e revolucionário líder que ajudará o populacho a derrubar o milenar regime autoritário. Mal sabe ele que seus planos cruzarão com as aspirações megalomaníacas de um certo Napoleão (Castrinho). Grande emoções em...FOGO COSSACO...a nova novela das oito!”

Exemplo 7: “É na Europa afundada no lamaçal da Idade Média que Tim, o Ferreiro (Reynaldo Gianechini) se apaixona pela doce e virginal Milady Danae (Bruna Lombardi). Mal sabe ele que seus planos de casamento e dote estão para serem abalroados pela presença do maquiavélico e leproso príncipe Giordanno de Basili (Lima Duarte) e por uma inesperada invasão de otomanos liderados pelo xerife Bazuk-el-Barud (Lázaro Ramos). Grandes emoções em...EMPALADOS PELO AMOR...a nova novela das oito!”

Exemplo 8: “Vietnã, 1970. Nos cafundós da inóspita selva, o médico vietcong Boon-Enlai (Rodrigo Santoro) nutre uma secreta paixão pela especialista em explosivos Uai-Uai (Giovanna Antonelli). Decidido a abandonar a causa revolucionária e abrir uma pastelaria em Cascadura, Boon-Enlai terá de reunir suas forças para fugir do Viet liderado pelo desprezível Uon-Katchek (José Wilker) e driblar as forças norte-americanas do comendando James P. Hulk (José Mayer). Grandes emoções em...MINAS DA PAIXÃO...a nova novela das oito!”

Mais e Melhores Lampejos Eleitorais

Wagner Montes...
Cidinha Campos dando uma de Sam Kinnison...
Nem o Nego quis ficar com o Dirceu...
O jingle do Eymael lembra o do Ivanhoé...
Quem diabos escreveu o script do Lindbergh, com todos aqueles “olha...” no começo de cada frase? E que história é essa do Lula conhecer o Rio “como poucos”...?
Uem foi Waguinho mesmo?...
Barriga do Açougue...
Homem-Mosquito...
“Há quatro anos atrás...” (Sérgio Cabral).
Eu sempre confundo o gabeira com a Denise Frossard. Acho que curtem o mesmo coiffeur...
Juciara Huru!!! Chambarelli!!!
Russo do Peixe!!! Chumbinho!!!
Maluco Beleza (“policial há 30 anos...”)
Marci Lacerda (“Não diga obrigado...diga Merci...”)
Aquela mesma porcentagem que candidatos idosos que mal se agüenta em pé...
Se a “minha” voz fosse a voz do César Maia, meus pais já teriam me deixado no tapete de entrada de alguma família cigana...
Carlão da Melhor Idade logo após Elymar Santos...
Fernando Gusmão ligou. Era uma gravação, claro...
A “famiglia” Picciani, hein?
O tal Marcello Cerqueira quer um lugar no Palácio das Laranjeiras ou um lugar no Álvaro’s, bem acompanhado de um uisquinho e um balde gelo?...
Medo atrás de medo...

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Gordinho e sem amigos

Dia desses, escutei, na rádio, a informação dando conta de uma pesquisa de alguma universidade conceituada que publicou um estudo que relacionava o número de amizades de uma pessoa ao seu bem-estar. Segundo a mesma pesquisa, se o sujeito não tem amigos, ele está na mesma categoria de um sedentário, de um fumante ou de um alcoólatra. Se você não tem amigos, é como se você fumasse 15 cigarros por dia.
“Uau”, pensei eu, preocupado. “Então vale mais a pena o cara ter amigos falsos do que não ter amigo algum?”
Talvez. Além da grana que essas tais universidades respeitadas gastam nesse tipo de pesquisa (vale pra população do Sudão ou da alegre Mogadíscio?...), elas vêm com comparações que beiram um roteiro do Roger Corman.
Porra, bando de imbecil! Se eu tenho vários amigos, é óbvio que eu estou no caminho do tabagismo e do alcoolismo mais atrozes: cervejada nos finais de semana, cervejada no happy-hour, cervejada na feijoada, cervejada nos churrascos, cervejada nos vários aniversários e casamentos; isso sem falar na questão do fumante passivo...
Cá pra nós, pessoas que publicam esse tipo de material, por mais amigos que tenham, merecem um catiripapo na nuca.

Maratona de Leitura Tupiniquim (parte 1)

O malandro adentra a conhecida livraria no centro de Pitboyland. Ele traja jeans velho, tênis simples e camiseta dos Ramones. Com trejeitos de Kid Morangueira made in Hardcore Brasília, ele se aprochega de uma das jovens funcionárias e lasca-lhe a infâme pergunta:
“Bom dia. Você tem a nova edição de ‘Guerra e Paz’?”
“Qual o autor, senhor?”
O malandro não perdoa e é rápido no gatilho:
“Paulo Coelho...”
“Vou verificar, mas acho que ainda não recebemos...”
Tais situações são comuns em Pitboyland.
Tome muito cuidado.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Eleições Freak 2010

Com o começo da propaganda eleitoral "gratuita" nas rádios e TVs, foi dada a largada para mais uma eleição Freak.
Serra brincalhão, no melhor estilo hippie...
O que diabos é aquela última cena da campanha da Dilma?! Ela joga o pedaço de pau no Lago Paranoá e espera que seu cão volte ensopado (tadinho...) para sacolejar toda aquela água para todos os lados. Momento Lassie ou momento Benji?
O que são aqueles zooms das mãos do Rodrigo Maia? São milagrosas? Ele sabe fazer aqueles brinquedos retorcendo balões coloridos? Creepy, mas não tão creepy quanto a "Revenge of César Maia" e demais correligionários...
Solange Amaral, Marcelo Itagiba e Picciani Junior: creepy, creepy and dummy...
Teremos mais, muito mais, durante alguns meses.
Aguarde, amigo leitor...

Pregunta (sic) da Semana (parte 02)

O candidato verde Alfredo Sirkis é clone do Jeff Bridges? Até a voz é a mesma...

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Kill Whitey!!! (ou "Meus Felizes 15 Minutos de Fama com o IBGE"...)


Já passava das onze horas da manhã quando o porteiro do prédio ligou pelo interfone. Anunciava a presença do IBGE, que passava de casa em casa para anotar as informações do Censo 2010. Normalmente, eu não atenderia. Se tivesse rotweiller, soltava pelo menos um. Mas nesta campanha pessoal para apagar minha fama de ranzinza, resolvi acolher a dupla de recenseadores. Fiz um cafézinho, arrumei duas xícaras, arrumei o pote de açucar e o adoçante, posicionei as colheres de modo impecável. Em suma: dei uma de Hannibal Lecter antes de abocanhar a vítima.
Soou a estridente campainha da porta de serviço. Vestindo bermuda, camiseta e boné, atendi. Lá estava a dupla: um moço grandão, magro e com jeito de ingênuo; e sua colega, uma senhora de 50 ou 60 e poucos anos, trejeitos de boa senhora e de fiel freqüentadora da missa das sete. Ambos educados, trajando o colete do IBGE, pedindo licença, me chamando de “querido” e “jovem”, adentraram meu sacrossanto e humilde lar. Rapidamente, embalado pelo peculiar aroma de café fresquinho, ofereci uma xícara do negro líquido.
Recusaram sem papas na língua.
Ok. Sem problemas. Acontece. Nem todos aceitam.
Já instalada no sofá da sala e munida de um aparelho eletrônico contendo as perguntas, a dupla iniciou o censo. Nome. Respondi. Sexo. Masculino ou feminino? Titubeei, não por dúvida, mas, sim, pela própria obviedade da questão.
“É masculino, né?”, perguntou o mais alto.
“É...”, respondi, sorridente.
“É que não podemos induzir a resposta”, completou a senhorinha.
Situação do apartamento. É próprio? Alugado? Nome dos pais? Moram aqui ou fora? Em que país?
“No Gabão”, respondi.
“No Japão...”, murmurou o moço, escrevendo o resultado no aparelhinho.
“Não, não. Gabão, na África...”, corrigi.
“Ah...sei. Qual a sua raça?”
Ah! A fatídica pergunta! At last! A tão visada indagação! A polêmica em forma de letras! Qual a minha raça!!! Insultaria eu meus ancestrais, apagando dos anais as escapadinhas dos tempos coloniais desta território tupiniquim? Daria eu uma bofetada nos meus antepassados portugueses, franceses e gregos, mais invadidos que campo de futebol de campeonato russo? Era eu um simples branquinho de 36 anos? Um sujeito poliglota sem vínculo algum com o ufanismo reinante? Era eu uma mistura ambulante de povos? Um mulato que não gostava de sol? Um branquela cujo tom de pele não faria feio no interior do Paquistão?
Na dúvida, escolhi o caminho mais técnico:
“...Caucasiano...”
“Não tem essa opção...”, disse a senhora.
“Então é branco mesmo...”
“Salário?”
Come on. Eu posso até responder aquela baboseira de autônomo, mas prefiro dificultar. Mesmo desempregado há anos.
“Entre 2500 e 3000 reais...”
Nesse ponto, eu já divagava e mentia descaradamente. O que diabos aconteceria se eu respondesse a verdade? Ganharia uma viagem ao Nordeste? Um aperto de mão de algum presidente ou ministro? Uma noitada com a Betty Faria? Nada disso. Convenhamos: os caras nem meu café aceitaram. Após a pergunta sobre meu salário, a dupla se levantou, agradeceu (“’brigado, querido...”) e se mandou.
Cá pra nós, achei que esse Censo era mais dinâmico. Algo com perguntas do tipo “você tem uma vida sexual chegada num fetichismo de vertente européia?”, “quantas vezes assistiu ao filme Caçadores da Arca Perdida?” ou “você já fumou crack no banheiro de um avião?”. Não tinha nada disso. Foi muito sem graça, uma verdadeira perda de tempo para uma quinta-feira de agosto.
E um desperdício de café, que acabou indo pelo ralo da pia.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Pregunta (sic) da Semana

Wyclef Jean quer ser o quê?!!!...

terça-feira, 27 de julho de 2010

1993 não voltará (e isso talvez seja bom para toda a população mundial...)


Eu estava na Lapa, prestes a entrar no Teatro Odisséia, onde começaria a primeira de duas noites de um festival anual de rockabilly em Pitboyland. A rua estava interditada, e centenas – talvez milhares – de cariocas e turistas se dividiam em bandos dos mais dispares gostos. Punks ladeavam funkeiros; rockabillies passavam por entre bolos de playboys; garotões anabolizados desprovidos de camisas olhavam feio para todos.
Era noite de sexta-feira e os perigos ainda não haviam dado as caras.
Com uma lata de cerveja na mão e um olhar cansado, eu tentava alternar piadinhas sem graça, sinais de pessimismo e uma calma falsificada em algum buraco do meu ego. Encontramos um grupo de conhecidos, que logo nos chamou para entrarmos na fila. Não demorou muito para que um sujeito baixinho – cujo nome nunca foi pronunciado mas que aparentemente estava acompanhando uma das meninas – proferisse alguma inverdade a respeito de Elvis Presley; fato que soou como uma blasfêmia e que fez com que a maioria do grupo desejasse linchar o menino in loco. Houve uma tentativa de desculpas; houve um princípio de choro e mais alguns elementos que me escapam neste exato momento. O fato é que, uma hora mais tarde, lá estava o baixinho de cabeça raspada, dançando feito um debilitado mental ao som de “Wooly Booly”. Certos comportamentos são explicados pela ciência. Outras menos.
Não sei por que diabos isso acontecia, mas por momentos queria ouvir o disco do Grinderman e tomar cerveja. Weird...
A festa foi fraca, fruto de uma organização fraca. A camiseta do evento era fraca. O DJ era fraco, as bandas estavam estranhas, a acústica era ruim, e as únicas coisas que não haviam levado a noite ao fracasso mais absoluto foram a venda de camisetas no segundo andar e a boa conversa.
No 571 que nos levava de volta ao Leblon, eu pensava em como eram as coisas em 1993. Eram tempos de provações – como todos os tempos – e eu não tinha a menor idéia de como perdia oportunidades após oportunidades.
Em 1993, eu estudava no Liceu Molière, em Laranjeiras. Odiava ir às aulas de Educação Física na Praia Vermelha, gostava de alguns professores, adorava os sanduíches de frango da cantina, e fazia alguns bons amigos. Em 1993, eu morava com minha avó materna, na esquina das ruas Afrânio de Melo Franco e San Martin. Os acidentes eram semanais, a maioria ocorria à noite, resultado de bebedeira e classe social. Eu mesmo quase fui atropelado uma vez, quando um carro dirigido por um playboy passou raspando a uns dez centímetros do meu corpo (acabou atropelando uma senhora cinco metros mais adiante, que felizmente não faleceu...). Em 1993, eu já freqüentava o Empório (Ipanema), a Doctor Smith (Botafogo), a Kitchnet (Copacanaba), e o bar do Chu (ou algo assim, na Barra...). O must da política era passeata contra o Collor e camiseta do Brizola. O must dos assaltos nas ruas era o roubo de tênis importados. O must das festas era gelatina de vodca.
O meu must era, aparentemente, a masturbação.
Sim. Eu lembro de um esquema, um hábito que eu tinha quando, às vezes, voltava do Empório. A banca em frente ao prédio da minha avó costumava ficar aberta 24 horas. De dia, duas mulheres – mãe e filha – tomavam conta do lugar; mas à noite, era o chefe da família, um sujeito pardo, magro, de olhar caído. A banca, é óbvio, estava praticamente vazía no meio da madrugada. E eu aproveitava o fato para comprar revistas e filmes de sacanagem. Em 1993, certas revistas vinham com filmes em VHS (o DVD ainda estava engatinhando...), mas eu não me deixava abalar. Escolhia rapidamente uma ou duas, pagava o sujeito e me mandava, ainda bêbado, para casa.
Não demorou muito para que, assim que o dono da banca me visse, começasse a separar os melhores produtos para mim. Chegava a ser hilário: este vosso humilde escriba voltando, cambaleante e suado, do Empório, e ainda possuindo forças para escolher a melhor revista de sacanagem da prateleira enquanto o sujeito magro devorava seu jantar numa marmita ao som de sucessos da Antena Um FM.
Hoje, esta é uma arte perdida. Como aqueles diálogos entre torturado e torturador em filmes do James Bond. Os moleques de hoje só querem saber de internet. Não têm as ferramentas para diálogo cara-a-cara ou descobertas in loco. Querem algo e querem naquele exato momento, por meio de cliques e abreviações. Os contadores de vantagens ainda pululam, mas as vantagens contadas perderam o ritmo. A televisão e a rede de modas fez um estrago nas gerações nascidas nas décadas de 1980 e 1990. O que dizer da geração do Novo Milênio. Serão os zumbis de amanhã.
Parafraseando as palavras de um cara gente-boa, seria ótimo ter uma chubby-delivery, para entregar uma chubby em domicílio. Contudo, faço minhas as sábias e eternas palavras de Lemmy Kilmister: “the chase is better than the catch”...

A Lei do Mais Forte (ou algo assim...)

Semana cheia. Preocupações e surpresas ruins. O mundo indo para o Inferno. Meu coturno chegou, mas chegou errado. Mandei pro sapateiro português da esquina. Briguei com quem não devia brigar. Fui grosso com quem não tinha coisa alguma com o assunto. Comi demais. Não descansei. Almocei umas costelas naquela penumbra chamada Outback, mas não pedi sobremesa. Dormi pouco, e dormi mal. Caguei para esses assassinatos e pras respectivas coberturas na mídia. Caguei pros candidatos a presidente. Caguei pra CBF e pro assessor da mesma.
Quero escrever mais, quero desenhar mais, e quero que 2010 passe logo. Poucos lêem meus textos, mas eu não chego a me preocupar. O sol se põe, e eu pratico bateria ao som de bootlegs do AC/DC.
Dito isso, digo mais: vou ver “Predadores”, mas caguei, de antemão, pra Alice “Mandíbula” Braga. E nisso, volto a escutar AC/DC...

Noite Fraternal

Meu irmão, sacrossanto guitarrista do D.F.C., visitou o caos de Pitboyland e, logo na primeira noite, adentrou o não-menos sacrossanto Empório (Maria Quitéria, Ipanema...) e lá tomou, digamos, uns dez chopps com este vosso humilde escriba. Por volta das 22:30, o local ainda estava vazío, ao contrário do bar em frente, cujo ambiente acho assaz bizarro.
Aos poucos, entretanto, a nata de Ipanema e adjacências instalou-se nas mesas: turistas, skatistas, moçoilas da noite, mais turistas, e demais criaturas deste litorâneo burgo. Não demorou muito para que meu irmão proferisse a primeira piada:
“Você sabe como gaúcho caça onça?...”
“Não...”
“Ele vai até a floresta, baixa as calças, fica de quatro e espera pela pintada...”
Por mais idiota que aquilo fosse, eu ri e cheguei a derramar um pouco de chopp na mesa.

O Aluguel do Rock

Ex-baixista dos Ramones, CJ Ramone fez dois shows na casa Rock’n’Drinks, em Copacabana, nas últimas segunda e terça-feira. Eu não fui. E isso só aconteceu porque os ingressos estavam a 150 mangos (sem meia...). O punk também mamou da crise de 2008. Afinal, na terra de Chuck Berry, roqueiro também paga imposto.

terça-feira, 20 de julho de 2010

La Sacra Famiglia (ou "Cenas de uma Terça-Feira"...)

O som do táxi despejava um Cauby Peixoto baixinho ao longo da praia de Copacabana. Este vosso humilde escriba estava bem vestido para uma manhã quente de terça-feira: calça khaki, camisa pólo preta, Doc Martens modelo Gibson (com bico de ferro...) e óculos escuros. Acordei às sete, pois a missa de um ano de falecimento de minha avó paterna era às nove, em uma igreja do bairro do Flamengo. Tomei um café preto e só isso. A igreja não estava cheia, o padre era estranho e os primeiros indícios de família começaram logo na saída da missa: “qual dos irmãos é você? O mais jovem ou o mais velho?”, perguntou um primo do meu pai. “Você é a cara do teu tio...”, afirmou uma tia.
Andamos lentamente em direção à casa de um dos parentes, para meu desespero. Lá chegando, à espera do elevador, o segundo bombardeio de Dresden, com o segundo despejo de bombas incendiárias:
“Quer dizer que você está namorando uma chinesinha, é?”, disse o parente risonho.
“Japonesa...”, respondi.
“Ah! Japonesinha?! Então deve ser pequenininha, né?”
“Não...”
“E os concursos públicos? Como andam?”
“Parei...”
“Parou?!”
“Parei...”
(pano rápido e silêncio na subida até o décimo andar do prédio...)
Já instalado em uma cadeira na sala, tendo em uma das mãos uma xícara de café e usando – desde as oito da manhã – os óculos escuros, junto alguma força para encarar mais uma leva de devaneios e pressões. Permaneço em silêncio e imóvel, ora mastigando uma madeleine integral, ora escutando os mais dispares assuntos nos mais diversos volumes de voz.
Assunto “viagens por este mundo de maravilhas”: os bondes de San Francisco; o maquinista que fala Português em San Francisco; os museus de “Fine Arts” (sic) de Los Angeles E San Francisco; os ingressos do Metropolitan Opera de Nova York não cobrados pelo cartão de crédito; o céu artificial de uma galeria de Las Vegas; a civilidade e a limpeza de Las Vegas; o vôo de helicóptero sobre o Gran Canyon; o brinde com champanhe dentro do Gran Canyon; a fantasia de imperador romano para criança adquirida no Caesar’s Palace (e não no Caesar’s Salad...). Sim. O “mundo” é mesmo repleto de maravilhas.
Em seguida vem o assunto “mazelas tupiniquins”, obrigatório em qualquer reunião de família; seja em almoços, comemorações de fim de ano, aniversários ou churrascarias. A “porrrrcaria” das favelas; a “meleca” das estradas cariocas; os preços exorbitantes dos produtos pirateados do Centro; o cheiro de urina dos aeroportos do país; a corrupção de nossos políticos. Enfim: “lá” é melhor que “aqui”, aparentemente. Ainda assim, permaneço na minha, caladão e de óculos escuros, planejando o resto do dia e uma ou duas eventuais monossilábicas no caso de ser interpelado por um dos presentes.
Sim, a família. Um dos sacrossantos pilares da sociedade, base de retidão moral e seio dos bons costumes. Bastião da estabilidade, coluna vertebral sã em meio ao câncer da decadência humana. Família: um palavra que deve permanecer eternamente imaculada. Contudo, queira o caro leitor crer nas palavras deste vosso humilde escriba quando lhes digo que tal tarefa se faz cada vez mais difícil quando a própria família dá claros sinais de que está, de livre e espontânea vontade, trilhando a estrada oposta aos tais nobres valores.

Temporada de Trailers (mais uma...)

2010 está passando rápido. Os trailers de filmes e documentários, contudo, abundam e prometem um segundo semestre dinâmico na telona. “Valhalla Rising”, “Red” (com Bruce Willis e grande elenco), um documentário sobre Basquiat, "Solomon Kane", entre outros. E porque diabos estou eu a tergiversar sobre trailers? Simplesmente porque meu chá preto ainda não ficou pronto...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Baby Takahashi e a Rapa do Salú (Episódio Um)

Baby Takahashi mandou uma mensagem no momento em que seleção de futebol do Japão ganhava de três a zero da Dinamarca: “...mulher com faca ameaçando homem no viaduto...”. Sim, a violência nossa de cada dia na selva de pedra de Pitboyland. Baby Takahashi rumava em direção ao alegre Méier a bordo de um 476 suspeito recheado de pobres almas alienadas pelas impiedosas garras da cidade grande.
Na condição de sabotadora-mor dos planos de Thulsa Doom, Baby Takahashi sabia que cenas de desespero como aquela permeavam o asfalto de Pitboyland. Havia certamente alguma compaixão ou pena em seu coração, mas apenas o suficiente para que ela não fosse confundida com uma calculadora de bolso. O resto era pura disciplina; concentração e sede de vingança.
Tal qual ninja de calcinha sexy, Baby Takahashi reavaliou, mentalmente, sua lista de afazeres. As prioridades eram claras:

1) Assassinar Thulsa Doom (de preferência à luz do dia...);
2) Roubar as informações de sua Central de Computadores localizada no Shopping Leblon;
3) Destruir os arquivos referentes à pessoa de Kirisoré Von Airbourne, escriba e baterista-mor da Sagrada ordem dos Vagabundos Prateados;
4) Devorar um hamburger com espinafre no Bibi;
5) Dançar um rockabilly do mal;
6) Beber água...

Feitas essas considerações, Baby Takahashi olhou novamente pela janela do 476. As charmosas fachadas de casas e sobrados de São Cristovão e adjacências acusavam o apartheid que se instalara em Pitboyland. Um reptílico sistema de elevados e perimetrais separava a pseudo-perfumada Zona Sul da crua e estoica Zona Norte. A poucos anos de uma Copa do Mundo e de uma Olimpíada – ambas em solo tupiniquim –, Baby Takahashi temia o pior e já imaginava o dia em que Thulsa Doom e companhia dominariam o pedaço, transformando cada ser vivo em um passivo seguidor de Jorge Vercilo, Preta Gil, Maria Rita, Monobloco e demais Cavaleiros do Apocalipse surrupiados de uma indústria alienante com combustível suficiente para funcionar a pleno vapor até o fim dos dias.
Baby Takahashi, alheia aos gritos do fundo do ônibus, sabia que devia fazer de tudo – ou quase tudo – para impedir tal cenário de desolação e dor.
“Aha! Uhu! É a rapa do salú!!!”.
Sim, os brados aumentavam lá atrás. Cada vez mais fortes, cada vez mais selvagens; como se, aos poucos, todo o 476 estivesse se tornando uma mini-ilha do Doutor Moreau movida a diesel barato, falsificado e batizado. Estava mesmo na hora de Baby Takahashi dar no pé, se pirulitar, se mandar de fininho, sair à francesa, picar a mula e ir Nelson. Com gestos precisos que faziam jus à sua descendência nipo-rockabilly, a estonteante Baby Takahashi levantou seu belo e alvo traseiro do assento, pressionou o botão de parada e começou a caminhar em direção à saída.
“Aha! Uhu! É a rapa do salú!!!”.
Os gritos de guerra mais uma vez. Seria aquela uma forma de provocação por parte dos vendedores de empada ali presentes? Uma explícita forma de demarcação do território móvel? Horas antes, Baby Takahashi havia degolado cirurgicamente um engraçadinho conhecido como Júlio Sorriso que se atrevera a apalpar as belas nádegas da ninja após listar seus pseudo-dotes de conquistador barato. Um erro fatal.
Baby Takahashi, entretanto, não estava com a menor paciência para trucidar almas ingênuas ou decapitar a semi-analfabeta oposição. Ela simplesmente esperou o ônibus parar e desceu os três degraus com seu habitual charme.
Foi então, para sua própria surpresa, que Baby Takahashi deu de cara com a enorme silhueta de Kirisoré Von Airbourne.
Damn...E agora, nigga?!!!

Potes de Macumba em Promoção (versão Código Morse - Redux)

FBI não vem com cerveja envenenada.
Acordo às 5 e não durmo mais. Sonhos estranhos. Iogurte, rádio e jornal. Mais um jogo. Clínica Sérgio Franco e sanduíche de queijo em casa. Nada de grana, nada de coturno. Enjôo. Internet (esqueci do e-mail). Nada de carne assada com macarrão. Rádio, textos e exercícios. Ducha quente e telefonemas. Uma garrafa de cerveja e música clássica. Mais textos. Saramago e futebol. Petisco de alga salgada. Couscous com lingüiça. “The Werewolf”: uma porcaria, apesar de bons momentos. Pesado. Muito antes do desejado. “3 a menos”...
Good Vibrations in Mars.
Garganta incomoda. Iogurte e preparativos. Cebion. Devolução do filme ruim. Feira da Praça XV. Camiseta japonesa e chaveiro de pinto preto. Mimeógrafo a 200 paus (dream on, sucker...). Nenhuma pechincha. Almoço no Bar Luís e boa conversa. Ônibus pro Leblon. Chá preto. Louça suja e futebol (adieu, Cameroun...). Ducha morna e textos. Jon Spencer Blues Explosion. Bar do Adão em Copacabana: pastéis e chopp, playboys e vadias. “Tauba” de filé-mignon. Andando torto pelas ruas. Ônibus caipira. Casa e cama.
Mulheres não decolam.
Domingo de sol e despertar tardio. Iogurte e rádio. Compras pro almoço. Motociclista sem capacete. Jornal e piadas. Almoço: macarrão com molho de carne moída e tomate. Nada na televisão. Bobby Brown nasceu para ser um sujeito ridículo. Consertando o computador e fazendo o back-up. Novidades no banheiro. Coca-Cola para repôr as forças. Rock. Ponto de ônibus e cookies. Mais rádio e mais textos. Ducha. Uísque e acepipes. Telefonemas. Música clássica e agendas. Cama à 1:30.
Traficante de livros engorda horrores.
Tempo nublado e café-da-manhã. Operações bancárias, recarga do celular e discos virgens nas Americanas. Louça suja. Recorte de jornais. Almoço: couscous e nuggets. Telefonemas e textos. Dunga de TPM. Internet, bateria e ducha quente. Telejornais e resto do macarrão. Chá pra acalmar. Textos dos blogs no computador. Música clássica. Bárbara foi vítima de uma substância mágica...Seis mosquitos mortos ao som do “Pónei Vermelho” de Aaron Copland. Vou dormir às duas com a sensação (nada triste) de que meu curriculum vitae é, na verdade, um curriculum tenebrae para certas áreas.
Humorista é enterrado com uísque.
Nevoeiro, iogurte e jornal. Nada de muito novo no front tupiniquim. Compras da semana. There’s no Pedro in this house, sir! Sanduíche de queijo e suco de laranja. Rádio e telefonemas. Saladão no almoço. Cookies e chá na sobremesa. Internet e perda de tempo. Exercícios e ducha quente. Chuva chata. Cartório em Copacabana e casamento do Alexandre. Juíza telúrica. Pizzaria Fiametta (Botafogo): crianças elétricas, muita Coca-Cola e horóscopo da Capricho lido por Madame Vitória. Táxi pro Leblon. Mais chuva. Música antes de dormir. Mais sede...
Don’t Count On Dead Magic.
Tempo nublado, iogurte e banco. Papelaria, arrumações e pão com Polenguinho. Agendas e recortes. Almoço: feijão, arroz, galinha e salada. Internet, telefonemas e arrumações. Freelas em baixa (o que me dá uma boa idéia do que é amizade em épocas de vacas magras...). Aspirador no escritório. Bateria e ducha quente. Classe política é mesmo uma corja a ser eliminada na base da guilhotina. Estados Unidos levando uma Copa? É uma conversa assaz honesta, confesso. Cachorro-quente e Coca-Cola. Canal 96: Man Versus Food (hamburger, panqueca e omelete de 12 ovos...). Batalha contra computador: a máquina vence o primeiro round, mas nós não desistimos tão facilmente. Muito sono pra uma cama sem conforto. Frio e sede......

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Em Pratos Limpos (versão Código Morse - Redux)

Pitboyland põe Ibsen Gaúcho de quatro.
Café simples. Pequenas confusões. Dentista. Empapado de suor. Bermuda, camiseta e chinelo. Feira, lanchonete e casa. Telefonemas e internet. Almoço tarde; muito chá. Textos e trabalhos da Puc. Bateria e ducha fria. A primeira e última barata de 2010. Leituras. Sanduíche de queijo minas e bolo de banana. Muita água. Internet e urgência em resolver o problema do MSN. Fotos do Social Distortion e notícia de que o baterista se mandou. Mais textos e rádio. Por que diabos a “Slave to Love” do Bryan Ferry sempre toca à meia-noite? Ar-condicionado e cama às 2. “Mais tu goichta, né?”.
Quando a aeromoça não sabe se maquiar, nunca aceite a barra de cereais.
Tempo nublado, menos calor. 20 anos depois, Collor continua um débil mental (e Delfim não fica muito atrás...). Correios e paradinha no Clipper (suco de laranja e risole de camarão...). Voto nulo sem o menor peso na consciência. “Humpty Dumpty” Nuzmann. Sem surpresas em Pitboyland. Almoço, internet e muitas fotos nos arquivos. Arrumações e textos. Rádio, exercício e ducha fria. Chuva forte. Falta de água, falta de luz, falta de telefone, e falta de vergonha (e isso há 500 anos...). PUC. Itahy e conversa em dia. Mudanças e novos rumos. Sanduíche de filé de frango. Chopp. Volto a pé e capoto às 2 da manhã.
O jiló tá na parte de baixo da geladeira.
Chuva e tempo nublado. Iogurte e jornais. Vivemos em uma cleptocracia patética. Proposta de emprego. Perdidos e achados. Arrumações e trabalho Puc. Telefonemas. Livro sobre a família Ustinov. Biografia do Jerry Lee Lewis. Acho que vamos precisar de uma mesa maior. Telecatch na Puc. Almoço na padaria. Chuva. Arrumações e telefonemas. Band-aid no dedo. Novo single do Devo. Bateria e ducha fria. Últimas mensagens na internet. Dois sanduíches. Adaptação cinematográfica de “Choke” (“No Sufoco”): algumas cenas boas, mas em geral é bem fraco. Telefonema e decisões sobre decisões. A tal reclamação ainda na cabeça. Leituras e cama após a meia-noite.
Arma para controlar churrasco.
Rotativas a plenos pulmões. Black capricorn day. Iogurte e suco de laranja. Nada nos jornais. Textos e rádio. Compras da semana e arrumações. Trabalho pra Puc. Saladão pro almoço. Internet e alguns pepinos. Chá preto. Telefonemas e mais textos. Bateria. Leituras, textos, rádio e sanduíche de queijo e salaminho. Long neck e disco de blues. Leituras e agendas. A tosse vai embora...
Lixão, praia, cerveja e Clash.
Café simples e jornal. Compras da semana. Consulta com médico. Exame de sangue. Blood suckers must die!!! Não vou conseguir entregar o trabalho do terceiro módulo a tempo, mas entrego o do quarto módulo adiantado. Todo político tupiniquim merece a castração química. Dane-se a Copa do Mundo. Dunga é um ufanista débil mental. Arroz, ervilhas e nuggets no almoço. Textos e telefonemas. Colagens e rádio. Roupa branca. Banho frio. Restaurante Miako: frango delicioso e ótima companhia. Calor e barriga cheia. Ônibus pro Leblon. Chá preto e música clássica.
Vício e Brasília reinarão sem raiva.
O telemarketing me acorda: que morram pisoteados num bloco de axé! Iogurte e sanduíche. Meu coturno só chega na próxima semana. Contas no banco e farmácia. Arrumação e leituras. Telefonemas estranhos. Salada de kani. Noticiário e sakamoto na NHK. Internet e chá. Colagens e trabalho da Puc. Bateria e ducha fria. Kinky time with vampire slayer from Pluto! A televisão me deixa lento. Filme sobre Falco. Empório: som ensurdecedor, conta milionária, cenas patéticas e festival de gargalhadas. Caminhamos em silêncio. Rádio-táxi. Capoto às 5 da matina...
La politique de la terre brulêe.
Acordo às 11 da manhã. Iogurte e jornal. Rádio e telefonemas. Textos e arrumações. Consertando a persiana. Recorto jornais. Almoço rápido. Internet e computador com problemas. Louça e exercícios. Show do D.F.C. no Audio Rebel (Botafogo): ótimo. Cobal do Humaitá: comida mexicana, chopp e boa conversa. Ônibus até o Leblon. Banho frio. Textos e rádio. Tempo vai mudar. Capoto após a uma da matina, ao som de Prokofiev e Poulenc.
Espírito alerta para bolhas.
Tempo nublado em Pitboyland. Iogurte e rádio. Contas no banco e prioridades de pagamento. Ventania e janelas voadoras na área de serviço. Telefonemas. Arroz, nuggets e salada. Chá preto. Luiza nasceu toda azul! Internet e rádio. Novos prazos na Puc. Agendas. Bateria e ducha fria. Ônibus até o Largo do Machado. Torradas de brioche com frango desfiado ao curry. Brownies com ganache. Boxe virtual e Resident Evil. Esperando o ônibus debaixo de uma chuva fina. Ventania continua. Frio também. Cerveja e música clássica. Texto pra concurso (mas não vou enviar mesmo...). Cama às 2 da manhã.
Para retirar brasileiros do Inferno.
Chuva e vento. Céu negro. Café da manhã simples. Banco e supermercado. Arrumações e textos. Telefonemas e almoço. Internet e emails. Roupa suja, leituras, textos e exercícios. Perinatal de Laranjeiras. Cautela e mini-brownie. 20 minutos e já estou no ponto de ônibus. 584 e chuva forte. Shopping, double-cheesburger do Bob’s e presente da Casa Cruz. Casa e calor bom. Conversa e piadas. Um táxi no frio. Uma última cerveja e música clássica. Notícias sobre fiasco israelense. Capoto legal.
El Porno Strikes One Last Time!!!
Frio e nenhuma vontade de sair da cama. Iogurte, jornais e rádio. Banco e compras da semana. Saladão de rúcula, tomate e kani. Internet e chá preto. Telefonemas e rádio. Bateria e ducha morna. Planos desfeitos. Cachorro-quente e Ruffles. Uisquinho e amor para esquentar. Perda da noção do tempo. Luzes acesas. Estendendo a roupa branca. Sorvete à uma e meia da manhã. Conversa e massacre de mosquitos. Cama. Frio. Certas pessoas não aceitam um “não” como resposta; outras dão murro em ponta de faca. E existe aquela pessoa que supera todas essas pessoas. Destas eu gosto mais...
Ogivas de três tamanhos ao regime do apartheid.
Café da manhã duplo e piadinhas. Decisões, relaxamento e despedida no ponto de ônibus. Louça suja. Rádio e textos. Lasanha no almoço. Sorvete e chá preto. Internet e exercícios. Cervejinha, rádio e textos. Esse papo de guia já encheu meus cojones de escritor. Algumas idéias para colagens. Suzie Q. “Puta concorrência, meu...”. “Divide o dindin...”. Versão “delícia pop” de “Crazy Little Thing Called Love”. Bar Caranguejo em Copacabana: idoso brigão quase veste o paletó de Madeira ao provocar um armário de ebano. Comi um quindim. Barriga preocupa. Cama às duas da matina.
Meteorito devolveu corpo ao mito.
Iogurte, café e tempo nublado. Boo e festinha esquisita. Feira da Praça XV: calça social marrom a três reais. Metrô até Vista Alegre. Churrasco Old School. Agnostic Front e Seu Jorge. Anthrax e Monobloco. Em pé por um bom tempo. Boa carne. Arroz, vinagrete e salada de beterraba. Picles e pasta de atum. Bolo de morango e brigadeiro. Tudo regado a cerveja. Playstation e joguinho da UFC (ou algo assim): não sabia mexer no controle, mas ganhei (vai entender...). Metrô de volta: cinco churrascos ambulantes. Integração até o Jardim de Alah. Chá preto, banho e mais presentes...
Objetos tóxicos e irmãos carbonizados.
Tempo instável, com direito a merda ambulante na Urca. Roupa suja e música clássica. Textos e telefonemas. Nenhuma idéia sobre o trabalho da Puc pro módulo 3. Nas sábias palavras de Vinnie Stygma, “não importa se é de chocolate ou de baunilha, mas tem que ser sorvete...”. Frio. Suco de laranja e salada. Chá preto e algum jogo na rádio. Algumas idéias. Exercícios e banho. Recortes e colagens. Mais telefonemas. Vai chover? Vão ligar? Onde está meu maldito coturno? Conversa. Cachorro-quente e refrigerante. Mais conversa. Louça e demais arrumações. Música clássica na rádio. Nada na televisão. Internet e invasão de mosquitos. Dor de garganta e muito frio.
Apenas 140 caracteres fogem.
Tempo melhor. Iogurte e jornal. Copa pra lá e Copa pra cá. Operações bancárias. Compras da semana. Nada de coturno. Saladão no almoço. Telefonemas e chá preto. Internet e roupa suja. Caos na mesa e universo de recortes. Dor nas costas. Bateria e ducha quente. Cama por meia hora (no escuro e longe dos celulares...). Taça de vinho. Ônibus pra Botafogo. Penne ao molho funghi com camarão. “Esquadrão Classe A” (bom, apesar do final corrido...). White Dressed Whore wants PopCorn!!! Ônibus pro Leblon. Relax. “Heroes”, de David Bowie e Brian Eno, na versão de Philip Glass. Capoto após uma hora.

A Pátria de Chuteiras e eu de Doc Martens...

Mais uma vez, o ufanismo é o prato do dia em território tupiniquim (e além...). Nas ruas e avenidas, nos veículos e nas mãos de torcedores, impera, imponente, a bandeira verde e amarela. A maioria dos brasileiros, ávida por vitória, quer saber quem receberá a cruz de ferro das mãos do Reichführer Dunga Von Pelotas, o temido Boquirroto dos Pampas. Com a saída dos Sacrés Bleus e dos Mamma Mia Boys, “nossos” canarinhos já estão, aparentemente, com a mão na taça.

Este vosso humilde escriba, entretanto (e mais uma vez), não compartilha da alegria geral, tampouco põe a boca na vuvuzela (alheia ou própria) ou torce para que a jabulani estremeça a rede do time adversário. O tema, aqui, caro leitor, não é apenas a alienação, pois gosto não se discute. O que me incomoda, na verdade, é o ufanismo exacerbado, a propaganda nacionalista com trejeitos brincalhões, o consumismo selvagem de traços risonhos. O maniqueísmo é lei: ou você é a favor da seleção, ou você é contra, e está arriscado a ser linchado em plena Carlos Góis por hordas de adolescentes mijões bêbados.

Transformam o jogo de futebol em guerra do futebol; em bairrismo estampado nas camisetas. O argentino ridicularizado em propagandas de cerveja, o italiano afeminado, o africano cujo nome é impronunciável, a eterna burrice dos portugueses (mesmo se estes venceram a Coréia do Norte por 7 a zero, e os canarinhos só fizeram, “nervosos”, três gols contra o mesmo país asiático...).

A glória pela glória, independentemente dos métodos utilizados para alcançá-la.

Paralelamente, a sensação é de que dirigentes, técnicos e jogadores de futebol finalmente conseguiram se igualar à classe política tupiniquim em termos de falta de ética, injustiça, corrupção, desvio de verba, sonegação, ligações com o tráfico e demais práticas ilegais.

Moral parcial da história: todos nós merecemos isso...



...


terça-feira, 22 de junho de 2010

Adieu, Mon Ami...

Ia escrever um texto sobre essa palhaçada da Pátria de chuteiras (ainda vou), mas me adiantei com a derrota da França e resolvi afirmar logo que essa Copa é uma verdadeiro pé-no-saco. Se bobear, a FIFA já malhou o resultado. Posso ser paranóico, mas não sou alienado...

Vai entender o Destino...
































Existe explicação para tudo...





O Fim está Próximo (mais uma vez...)

Sim, está. E prova disso é que as Lojas Americanas estão vendendo todos os discos do AC/DC e do Black Sabbath a 9,90 mangos cada. O Apocalipse vale a pena ser pechinchado...

Eleições 2010 (já começaram, né?...)

Com esses candidatos enchendo os meus sacrossantos cojones desde o ano passado, eu já decidi, há meses, que vou votar nulo. Podem chiar, pois não me importo. O voto é meu, e a paciência é minha. Eu sou obrigado a votar – o que por si só anula toda e qualquer idéia de país democrático que respeita a liberdade de opinião... –, mas não (ainda) obrigado a votar em alguém. Sinceramente, eu não dou a mínima se você vota na Dylma, no Serra, na Marina ou no Cramulhão vestido de bailarina. Passado o Réveillon, você certamente estará criticando o novo morador do Palácio do Planalto, assim como seus vizinhos. Por isso, vote consciente: vote sem encher o meu saco. Obrigado.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O Retorno da Musa (parte MCXXXVIII)

Onde ela estava? Me trocou por algum dramaturgo de merda? Ou simplesmente fugiu com um blogueiro de 16 anos oriundo dos cafundós da Barra? Piranha miserável e mal-agradecida! Vadia sifilítica! Volta, porra! Volta para que eu cole meu alvo traseiro na Herman-Miller de 2000 mangos dias e noites a fio! Volta para que eu misture o nanquim de terceira ao meu sangue de quinta e ao meu líquido cerebral de décima! Não tem coração nesse teu tórax protegido por peitos perfeitos? Não tem decência nessa tua alma originalmente altruísta?! Pombas!!!!

Sábias Palavras de Sexta-Feira

Se você ainda não escutou a banda australiana Airbourne, você ainda é um idiota. Tenha um ótimo final de semana.

Meu Apocalipse em Pitboyland será ao som de "Purple Rain"...


Uma gripe chata se apossou de parte do meu organismo e teimou em abandoná-lo. A tosse seca e uma certa fraqueza me acompanharam ao longo dos dias e não raro me fizeram apagar as luzes da esperança no âmbito dos mais dispares assuntos. Envelheço, este é a verdade.
Vou à video-locadora e de lá saio com um filme duvidoso protagonizado por Ethan Hawke e Mark Rufallo. Passo na farmácia e compro mais remédios que o normal: Naldecon Pack, xarope Vick, xarope de própolis, Tylenol, entre outros. Ando de forma estranha e às vezes tenho a impressão de estar flutando, carregado por algum anjo de guarda profissional. Tomo decisões de última hora, mas não as cumpro. Me preocupo com coisas pequenas.
Outro dia, escutei o Prince cantando "Purple Rain" e aquilo me acalmou; mesmo se imaginei o diminuto artista interpretando a mesma canção a bordo do Titanic enquanto o mesmo ia para as gélidas profundezas do Atlântico. Ninguém pulou do navio, ninguém nadou. Ninguém sobreviveu. Mas morreram felizes, com os últimos acordes ainda ecoando na mortal noite.
Damn...

Carta de Ming (*), o Impiedoso, aos parcos fãs de Kirisoré


Caros Vermes Humanos,
Dando um break na minha saga de destruição interplanetária, venho, por meio desta missiva, esclarecer a longa ausência de Kirisoré ao longo dos últimos meses. De fato, aquela forma de vida inferior não raro deixa seus fãs na mão; ora por motivos pessoais, ora por pura preguiça inerente ao seu fraco organismo. Também são conhecidas suas extravagâncias e decisões de última hora, tais como parar de tomar café da noite para o dia, e sua "dupla-torcida" pelos times do Spartak de Moscou e do St. Pauli.
Como vocês podem perceber, eu não sou o único sujeito bizarro deste lado do Universo. Entretanto, devo confessar, em meio aos meus devaneios megalomaníacos, que o escriba Kirisoré é gente boa e vai longe.
Segundo relatos detalhados de meus espiões e esbirros em Pitboyland, atualmente Kirisoré está às voltas com seu mundinho particular; terminando textos, revendo outros, lendo bibliografias pra pós, enviando cartas, desenvolvendo projetos, indo a shows de rockabilly, dançando feito um aloprado, escrevendo releases, resolvendo assuntos de família, fumando Tiparillos, indo ao médico fazer check-up, seguindo dietas espartanas, ingerindo menos gordura, indo ao cinema, montando suas listas, desenhando seus rascunhos, tomando sua cervejinha, preenchendo suas volumosas agendas, socando seu computador, fofocando com os porteiros, arrumando seu moquifo, pondo alguma ordem no seu maelström, visitando a feira da Praça XV, fazendo suas colagens, ignorando o debate político, votando nulo, preparando sanduíches, andando de ônibus e metrô, escutando rádio e AC/DC, encomendando camisetas pela internet, e – last but not least – pensando na sua vida.
Sim, Kirisoré é pessoa atarefada. Aos olhos da maioria, não passa de um vagabundo sonhador; aos olhos de uma minoria privilegiada, é o último dos vagabundos. Vai entender...Eu, como Imperador do planeta Mongo, já sou suficientemente taxado de insano pelo simples fato de querer conquistar o Universo.
De qualquer modo, a ausência do escriba responsável por estas virtuais páginas é temporária e logo logo ele voltará a escrever seus devaneios com a mais negra das tintas e o mais suspeito dos objetivos (isto, é claro, se eu não resolver destruir o planeta Terra antes...).
Agora, se me dão licença, vou retocar as sobrancelhas e remendar meu manto.
Beijos,
M.
(*) Ming é, além de impiedoso, metrosexual e bipolar. E – pela enésima vez – ele NÃO é irmão do Amir Kader...

terça-feira, 20 de abril de 2010

A Melhor Maneira: sobre rotinas, toreadores e uma merecida orelha de touro...


O rosto do simpático palestrante lembrava o de Pierce Brosnan, mas pouco do que ele dizia chamava minha atenção. Falando sobre o mercado editorial tupiniquim e o acesso a novas tecnologias de informação, o sujeito tentava se posicionar em meio às dúvidas, críticas e opiniões dos poucos alunos presentes. Durante as quase três horas de animada conversa, eu permaneci praticamente calado, só abrindo a boca para dizer que eu era jornalista.
Havia dois dias em que eu só pensava naquele maldito vulcão islandês. Uma mega-erupção após 200 anos, e parte do tráfego aéreo europeu fora paralisado por causa da fumaça. Era algo deveras interessante. Segundo especialistas, a fumaça expelida a milhares de metros possuía partículas minerais relativamente pesadas que, em contato com as turbinas dos aviões, paravam os motores em plenos vôo. A menos que o Velho Continente quisesse testemunhar uma chuvarada de passageiros, os aeroportos cancelariam seus vôos.
A bordo do 571 em direção à Lapa, a história não foi lá muito diferente. O tráfego evoluia normalmente em uma noite fresca de sexta, mas ao redor lascas de torpor ainda travavam irregularmente as grandes turbinas da metrópole. Pitboyland era como o tal palco de Shakespeare; cheio de criaturas, criadores, monstros e alguns poucos humanos. Bastava um pouco de medo para que alguém fosse engolido sem dó por vícios, escarnios e traumas. Apesar das facilidades, Pitboyland era traiçoeira.
A Lapa não trazia novidades. Seu formigueiro de funk, forró, tecno e rock se espalhava por entre os arcos e invadia, sombrio, as dezenas de casas de shows. Milhares de pessoas se agrupavam, gritavam, berravam e bebiam em um festival de catarse que varava a madrugada e não raro terminava iluminada pelos primeiros raios de sol. Na entrada do Circo Voador, uma legião de camisetas pretas se aglomerava nas barraquinhas de bebidas e comidas ou apenas conversava sobre as espectativas em torno do inédito show do Social Distortion.
De fato, poucos entendiam o porquê da banda oriunda de Orange County não ter, em seus 30 anos de punk-rock, tocado em solo tupiniquim. Os Ramones já o tinham feito várias vezes, provando que o público local – e sul-americano em geral – não fazia nada feio quando a história era prestigiar lendas do rock. Napalm Death, Nuclear Assault, D.R.I., Danzig, Faith No More, Anthrax, Agnostic Front, isso apenas para citar bandas relativamente novas. Todas haviam testemunhado a persistência e a paixão do fãs tupiniquins. Mike Ness – parafraseando o ditado popular – estava certo: antes tarde do que nunca.
Às 22 horas, a pista do Circo Voador estava vazia. Os alto-falantes jorravam o melhor do trash-metal e do punk, enquanto os parcos espectadores bebiam tranquilamente ou compravam camisetas e bonés oficiais das mãos de um argentino rechonchudo em uma das duas barracas de merchandising. Apesar do preço assaz salgado – 40 reais por uma camiseta só pode ser efeito da crise argentina -, adquiri uma lembrança, comprei um chopp e uma água e caminhei até a grade em frente ao palco.
A banda de abertura, Carbona, subiu por volta das 23:15. Um college rock mais que decente e uma boa escolha para esquentar os ânimos. Terminada a apresentação, é hora dos roadies se desdobrarem em mil para desmontar e montar o palco. O público começa a aparecer até encher pista e arquibancadas.
00:15. O Social Distortion entra em cena calmamente, ao som de uma música instrumental de tourada típica de um romance de Hemingway. Afinam-se as guitarras. Matadores e touros começam a se enfrentar na arena, e abrem a noite com um cover de "Under My Thumb", dos Rolling Stones. Sucessos e curiosidades desfilam no Circo: "Singapore", "Ball and Chain", "Bad Luck", "Mommy’s Little Monster", "Nickles and Dimes", entre outras (não tocaram "I Was Wrong", o que considero imperdoável...). O público responde bem. A banda começa a se acostumar com a vitalidade da audiência. Ness tenta alguns contatos; membros do público tentam subir no palco (cada tentativa é drasticamente reprimida por seguranças, roadies ou pelo próprio baixista com cara de poucos amigos...). Ness tropeça em fios, tomba de costas mas continua solando. Objetos diversos (camisetas, bandeiras, chaveiros, chapéus) são lançados em direção ao palco. Músicos e fãs são suor puro, na tentativa – bem sucedida – de exibir o melhor do punk rock californiano.
Apenas 30 centímetros separam a grade de contenção do palco, o que apenas estreita o bom diálogo entre as duas partes. Isto é um show de rock no sentido pleno do termo: a vigorosa entre suor, êxtase e redenção.
Ao sair do Circo Voador, ainda com os últimos acordes de "Ring of Fire" na cabeça, compro uma última cerveja e subo no 464 cujo cobrador, desperto de um profundo sono, reclama, sem sucesso, de minha nota de 20 mangos. Lentamente, o ônibus abre caminho em meio à massa humana da Lapa que brota dos estabelecimentos culturais ou apenas lota calçadas e ruas no intuito de conquistar lascas de amizade, embriaguez e sexo sem compromisso.
Minha camiseta da banda está encharcada, meu pescoço doi e minha cabeça roda. Meu corpo também não se importa com a cadência irregularmente violenta do busão. Eu não me importo com os dois adolescentes embriagados que tentam escapar do fantasma da masturbação por meio de cantadas requentadas dirigidas a um grupo de meninas cuja média etária não passava dos 14. Apenas olho para algum ponto invisível pela janela suja.
Aquele havia sido um dos melhores shows de 2010, e poucos ousariam apostar que o Social Distortion não faria de Pitboyland uma local certo em sua agenda de turnês. Com o lançamento de seu novo álbum previsto para setembro deste ano, a banda já cogitava voltar ao território tupiniquim no primeiro semestre de 2011. Isto era respeitar o reconhecimento de um público apaixonado.