(mais um texto que deixei de publicar em Brasília...)
Pois é. Pela enésima vez, vou abandonar o navio de Hardcore Brasília e me exilar no caos de Pitboyland. Perrengue oblige. Me mando de minha cidade natal para abraçar, com cara de comatoso, a selva e as agruras de Pitboyland. Nada de brincadeira. Thulsa Doom venceu esse round.
Adeus Beirute da Asa Norte. Adeus quibes, cervejas de garrafa Original, garçons apressados mas atenciosos, papos sobre cinema, papos sobre muchachas, papos sobre desilusões, papos sobre ladrões.
Adeus conversas sobre cinema, rock e mulheres. Adeus papos sobre política no Landscape.
Adeus fofocas sobre todos os políticos filhos de uma só puta deste país.
Adeus muchachas do Brasília Shopping. Adeus garçonetes maravilhosas da Rappel. Adeus atendentes deliciosas da lavanderia.
Adeus sanduíches do Sky’s. Adeus almoços de domingo no Savannah, no Marietta, no Green’s, no Ninny, no Trulli e na Galeteria do Sudoeste. Adeus Tucunaré na Chapa.
Adeus pessoas em carne e osso (Miguel, Danielle, Zeca, Daniela, Tito, Gustavo, Silvia, Elisa, Michelle, Giselle, Dona Ivone, "Seu" Vítor, Isadora, Dante, Larissa, Justine, Bamba, Roberta, Helano, Raimundo, Sandra, Divânia, Francisco, Alethea, Brígida, Mário, Cleon, Blas, Telmo, Ed, Juliana) e fantasmas de plantão (El B., Dennis Demente).
Adeus bandas (IN VITRO RULES!!!) e mais bandas (D.F.C., Galinha Preta, The Succulent Fly, Os Cabeloduro, Possuído pelo Cão).
Adeus site Rock Brasília e Tamara Penny Lane (só te vi uma única vez, e deu certo...Beijos).
Adeus porteiros, faxineiras, frentistas, lanterneiros, guardadores e flanelinhas.
Adeus garçons (the good, the bad and the ugly ones...).
Adeus pistas de dança (Gate’s, Landscape, UK Brasil, O’Reilly’s...).
Adeus Conic, Kingdom Comics e camisetas da Grito.
Adeus compras das manhãs de sábado no Pão de Açucar (Malú é minha caixa preferida...).
Adeus meu eterno Demônio Azulado (vê se não dá uma de Christine com o próximo dono, viu?...).
Adeus mal-agradecidos ("obrigado" é uma palavra que está no dicionário...).
Adeus telefonemas inúteis. Adeus emails não respondidos. Adeus cartas não-enviadas.
Adeus Eixão, Asa Norte e Esplanada.
Adeus gerente maluca da minha agência do Banco do Brasil ("mas a sua mãe não deixa mesmo a gente falar, não é?") e caixa gente boa da agência da 509 Norte.
Adeus cães de quadra, cães de vizinhos e cães muito estranhos ("O nome do teu cachorro é Sushi?...").
Adeus festas de casamento com as mesmas músicas, os mesmos doces, os mesmos D.J.s, e os mesmos vestidos (a próxima vez que escutar aquela musiquinha do assobio, mato alguém...).
Adeus playboys-beijadores-de-poste e patricinhas-comedoras-de-Botox.
Adeus cursinhos preparatórios para concursos públicos.
Adeus malucos que confundem Hardcore Brasília com Pitboyland.
Adeus gente que eu nem fiz questão de conhecer.
Adeus escalada na Primata (agora vai ser na Urca...).
Adeus ioga na 708 Norte.
Adeus programas estranhos de uma TV local estranha ("Ao meu lado, The Demon...").
Adeus Jim Beam, Drambuie e Red Label noturnos (todos adquiridos na Super Adega).
Adeus táxis das cinco e meia da manhã indo para o aeroporto.
Adeus quitanda de produtos orientais do Sudoeste ("...é um doce com recheio preto ou branco...").
Adeus àquele imbecil do escritório de tradução ("Do I look funny to you?...").
Adeus aos funcionários públicos do D.F. que não param de choramingar (e em seguida compram suas passagens para Paris, Bariloche ou MIAMI...).
Adeus delegados, procuradores, advogados e analistas que não valem o que o meu papagaio despeja no jornal.
Adeus mendigo que falou comigo em Inglês ("What time is it, please?...").
Adeus médicos e receitas ("...mas esse teu relojinho tá funcionando muito bem, hein?...").
Adeus Hardcore Brasília...
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