Os franceses têm um excelente adjetivo para móveis com muitos anos de uso. Dizem que o móvel em questão se encontra "cansado". Esta, pois, é a situação de minha mesa de trabalho. Cansada, muito cansada.
Adquiri a mesa em 2001, em um galpão de móveis usados aos pés dos Arcos da Lapa. Data da década de 40 ou 50 do século passado – presumo isso pois a mesa veio com uma camada de selos antigos colada na parte inferior de uma das gavetas. Recebeu uma pintura "envelhecedora" e algumas mãos de verniz. Surpreso fiquei quando meu pai disse que tivera uma igual nos seus tempos de adolescente. Mesa de estudo ou de datilografar, segundo ele.
A mesa é boa e prática, mas mal sobreviveu às idas e vindas de quatro mudanças entre Pitboyland e Hardcore Brasília: a estrutura ficou abalada, o tampo está prestes a ceder, e o pé direito rachara no último transporte porcamente executado. Em suma, a pobrezinha cansou.
A mesma mesa já suportou – literalmente – muita coisa deste vosso humilde escriba: ficções, crônicas, missivas, redações para cursos de Inglês e Português, recortes e colagens, leituras, revisões, crises de choro sobre manuscritos, listas, desenhos, textos jornalísticos, reportagens, resenhas e demais rabiscos e rascunhos de letras tortas.
Nela guardo os itens mais dispares: pastas com textos, cadernos, material de papelaria, acessórios do lap-top, coleção de canetas, canivetes, coleção de pins bélicos soviéticos, envelopes, moedas estrangeiras, carteiras antigas, chaves e chaveiros, fitas cassete de áudio com gravações de minha voz quando criança, estojos de óculos, restos de óculos, punhais africanos, calculadora, soco inglês, caixinhas japonesas, convites de casamento e por aí vai.
Dia desses, pensei em voltar ao tal galpão da Lapa para procurar um móvel substituto. Ainda não fui, e sequer sei qual o tipo de mesa que compraria. Nova ou antiga? Usada ou tinindo de nova em alguma Tok&Stok da vida? Uma ou várias gavetas? Metálica ou de madeira? É assunto delicado, ainda mais em se tratando de tão precioso móvel para um candidato a escritor.
Até lá, a atual mesa se cansará um pouco mais.
Adquiri a mesa em 2001, em um galpão de móveis usados aos pés dos Arcos da Lapa. Data da década de 40 ou 50 do século passado – presumo isso pois a mesa veio com uma camada de selos antigos colada na parte inferior de uma das gavetas. Recebeu uma pintura "envelhecedora" e algumas mãos de verniz. Surpreso fiquei quando meu pai disse que tivera uma igual nos seus tempos de adolescente. Mesa de estudo ou de datilografar, segundo ele.
A mesa é boa e prática, mas mal sobreviveu às idas e vindas de quatro mudanças entre Pitboyland e Hardcore Brasília: a estrutura ficou abalada, o tampo está prestes a ceder, e o pé direito rachara no último transporte porcamente executado. Em suma, a pobrezinha cansou.
A mesma mesa já suportou – literalmente – muita coisa deste vosso humilde escriba: ficções, crônicas, missivas, redações para cursos de Inglês e Português, recortes e colagens, leituras, revisões, crises de choro sobre manuscritos, listas, desenhos, textos jornalísticos, reportagens, resenhas e demais rabiscos e rascunhos de letras tortas.
Nela guardo os itens mais dispares: pastas com textos, cadernos, material de papelaria, acessórios do lap-top, coleção de canetas, canivetes, coleção de pins bélicos soviéticos, envelopes, moedas estrangeiras, carteiras antigas, chaves e chaveiros, fitas cassete de áudio com gravações de minha voz quando criança, estojos de óculos, restos de óculos, punhais africanos, calculadora, soco inglês, caixinhas japonesas, convites de casamento e por aí vai.
Dia desses, pensei em voltar ao tal galpão da Lapa para procurar um móvel substituto. Ainda não fui, e sequer sei qual o tipo de mesa que compraria. Nova ou antiga? Usada ou tinindo de nova em alguma Tok&Stok da vida? Uma ou várias gavetas? Metálica ou de madeira? É assunto delicado, ainda mais em se tratando de tão precioso móvel para um candidato a escritor.
Até lá, a atual mesa se cansará um pouco mais.
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