Prometo que esta vai ser a última vez que escreverei algo sobre as eleições do próximo mês de outubro. O fato, contudo, é que somente um débil mental pode afirmar que essa eleição é democrática, dinâmica e emocionante. Convenhamos: um bicho-preguiça atacando um comatoso em câmera lenta é mais emocionante que a dita “disputa” entre Dilma, Serra e Marina (ooops, quase esqueci dos não-menos “dinâmicos” Plínio, Eymael e sei lá quem mais...).
Os debates são patéticos, e mais parecem partida de bingo nos cafundós de alguma cidade cuja média etária da população é de 110 anos. Os comícios não servem pra muita coisa, a não ser embaralhar ainda mais o trânsito e emporcalhar a cidade. A troca de farpas é fraca ou totalmente ignorada (pombas! O eleitor um pouco mais esclarecido tem de conviver – cúmulo dos cúmulos – com um Lindberg que aplaude, sorridente, aliança da Dilma com o Collor...Ou seja: se vendeu em tempo recorde...). E eu ainda tenho de agüentar, mais uma vez, o desfile de sorrisos amarelos e de penteados (menos pro Serra...) que parecem saídos de algum filme soviético.
No momento em que escrevo estas palavras, escuto uma seleção de artistas que “queimei” em alguns CDs. Iron Maiden, Madonna, Billy Idol, Def Leppard, Stevie Wonder, P.I.L., Robert Palmer, Nina Hagen, Wang Chung, Rob Zombie, Sonic Youth, Babylon Zoo, Mano Negra, Heart, Michael Jackson, entre outros. É um momento de alienação. Um entre tantos outros. Alienação autorizada, admito. As coletâneas, de certa maneira, me impedem de partir para uma ignorância assaz clichê, na qual xingaria todos os políticos e candidatos, denunciaria uma cleptocracia populista e ufanista, e repetiria ad nauseam minha escolha pelo voto nulo.
Escuto música para não escutar a merda de sempre, seja na televisão, seja no rádio.
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