Bimbalharam os possantes e falsificados sinos de Pitboyland, tal qual derradeiros e apoteóticos minutos da Abertura de 1812 de Tchaikovsky. 36 inverninhos e o rapazola aqui tá todo feliz. Só não sabe porquê.
Confesso que, com o passar dos anos, essa história de aniversário fica assaz pesada. Eu estava na aula do curso de extensão, na PUC, tentando me concentrar na apresentação da professora sobre o papel do livro e a censura no Brasil-Colônia. Entre uma e outra data importante ou autor censurado, não conseguia deixar de pensar no meu aniversário. A comemoração combinada a duras penas, os votos de felicidade por parte de parentes e amigos, a incredulidade quanto à ausência de certas pessoas, a lista hermética de presentes. Enfim, os trâmites nada importantes de um aniversário.
Assim que soaram as dez badaladas, piquei a mula, subi num 433, cruzei o Leblon e desci na Maria Quitéria. Ah, o Empório! Local de amores e horrores. Local de ilusões, decisões, confusões e omissões. Na porta do estabelecimento, prostrava-se, ainda mudo, Vicente, sumo-garçom e figuraça gaúcha, devidamente vestido com uma camiseta do "Back in Black" do AC/DC. Na mesa, as duas pessoas que vieram me dar os parabéns (e isso apesar de trabalharem no dia seguinte...). Outras foram avisadas, muitas outras sabiam, mas aparentemente não deram muita importância. Afinal, numerosos são os vícios que tentam o ser humano, principalmente em Pitboyland. O aniversário de um amigo nem sempre está no topo da lista de "prioridades" ou de telefonemas. De minha parte, não faço mais propaganda do meu próprio aniversário; até porque soa meio estúpido nessa altura dos acontecimentos.
Fiquei no choppinho e na batata frita. Não teve bolo com baba de moça, como era o costume quando comemorava a data na casa da minha avó. Ninguém pagou minha parte da conta (outro fato que mudou em comparação aos anos passados). Até o fechamento desta postagem, só ganhei um presente, e certamente não foram meias e cuecas da Taco. Muita gente não ligou, ou não escreveu. Outras ligaram. Outras não podiam ligar, pois simplesmente desconheciam a data. O mulherio marcou presença virtualmente, na página do Facebook, e, junto com outros amigos, enviou congratulações pela rede. Meu irmão – o famoso "Main Man Mike", guitarrista da não menos famosa banda D.F.C. – foi o primeiro a ligar; devidamente seguido por um torpedo de um "One Track Mind" do Humaitá. O Zeca ligou, me deu os parabéns ao longo de cinco (5) segundos e discursou sobre música em Hardcore Brasília ao longo de 10 ou 15 minutos (mais foi bem legal, apesar do fato de eu não poder tocar bateria no aniversário dele...). Agradeço a todos.
Cá pra nós, não me sinto mais velho. Posso até me sentir cansado com mais facilidade, mas não ligo muito pra minha idade. Falo tanta besteira que sou capaz de passar por um débil mental de 13 anos se uma pessoa apenas escutar minha voz. Daqui a quatro invernos, completo 40 anos de vida neste planeta. Sinceramente: alguém aí duvida que eu vou continuar falando as mesmas asneiras?
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