O 476 parte às 16:30 do ponto da Ataúlfo de Paiva, no Leblon. A confusão começa ali mesmo. Pessoas falam alto, trocador e passageiro se irritam, vendedor de balas e amendoins não consegue vender muito. O calor está, como sempre, insuportável. Coloco o Rocket from the Crypt pra tocar no Ipod e só espero que ninguém me incomode até o ponto final, no Méier.
Engarrafado na Bartolomeu Mitre. Engarrafado na Lagoa. Engarrafado em São Cristovão. Um grupo de jovens discute sobre drogas e funks proibidões. Um "morador de rua" - o politicamente correto é mesmo uma merda - entra no ônibus e não quer pagar. Discute com o motorista e começa a apertar uns botões no painel de controle ao lado do volante. Os passageiros se irritam, alguns querem um linchamento de praxe. Dois PMs se aproximam a passos lentos da entrada do veículo. O morador de rua desce antes e caminha sem olhar para trás.
Chego ao destino por volta das 18:00. Tomo um suco de uva com bastante gelo e descarrego minhas tralhas. Meia-hora mais tarde estou no shopping da região, lotado de jovens, namorados, casais, famílias, idosos, playboys, emos e qualquer coisa que respire decentemente e queira sua cota diária de ar-condicionado. Loja de utensílios domésticos, loja de móveis. Lanche no Burger King. Já em casa, devoro os restos da costelinha de porco com purê de batatas, e tomo mais um suco de uva assistindo a um programa sobre a central de chamadas de emergência da polícia americana. Tentativas de estupro, ataques cardíacos, esse tipo de coisa.
A costelinha estava deliciosa.
Capoto feliz.
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