Eu não gostava nem um pouco do prefeito paulista Gilberto Kassab. Após aquele episódio na entrada de um hospital de São Paulo, no qual, histérico, ele chamava alguém de vagabundo e tal, continuei achando ele mais um político tupiniquim. Bobão, sem graça, e sem força alguma no cenário político tupiniquim. Em suma, um factóide ou algo que o valha.
No começo deste ano, entretanto, as coisas deram sinais de mudança. Kassab estava insatisfeito com a trajetória da oposição aos governos Lula e Dilma; isso sem falar do constrangimento gerado pelo escândalo envolvendo o governo Arruda no Distrito Federal.
Conversa vai, conversa vem, e Kassab resolveu pular fora do partido e criar um novo. Até aí, nada de mais. Político-turista é o que mais existe nesta terra. Partido então...
Ao longo dessa mudança, Kassab expôs suas idéias, explicou a estrutura do novo partido e seus objetivos no que tange ao cenário político. Aí, eu comecei a me interessar. Convenhamos: desde o episódio do hospital, Kassab mudou seu comportamento. Ficou mais calmo e - achava eu - mais esperto. Nessas últimas semanas, li artigos sobre esse novo partido com maior atenção. "É", dizia eu, "faz sentido...". O tal novo partido - Partido Social Democrático (PSD) - trazia idéias, senão bem-vindas, pelo menos honestas, equilibradas, pragmáticas.
Mas aí deu no que deu. Hoje, ouvi na rádio que Kassab colocaria, dentre os quadros do partido, a senadora Kátia Abreu, aquela fazendeira desvairada que quer ver a Heloísa Helena pendurada pelos pés. E o tal Índio da Costa, o vice-invisível do Serra nas últimas eleições. Isso sem falar na polêmica que criou com a família do JK acerca do próprio nome do partido. Aí virou festa.
É a tal história do piloto de primeira viagem. O sujeito está no comando do avião pela primeira vez, manobra o aparelho na pista de decolagem. Nervoso, acelera os motores e decola. E sobe. Sobe, sobe, sobe. Cada vez mais confiante. Nisso, os passageiros resolvem parabenizá-lo pelo grande êxito nas manobras. O que o piloto faz? Levanta da cadeira e vai receber os cumprimentos...
Pombas! Assim se faz política neste território tupiniquim...
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