Somos todos pombos crescidos em uma cidade grande qualquer. Somos pombos crescidos, acrescidos, brancos, negros, pardos e índios. Pombos que nasceram em berço de ouro, berço de maternidade ou nos imigrantes arrotos dos vários nordestes de um país. Nos bicamos, afoitos e ziguezagueando, por entre as cadeiras e lixeiras de uma lanchonete qualquer. Cansados e nervosos, respondemos aos instintos mais vis, baixos e alienantes, vivendo de migalhas e de nós mesmos.
Somos todos pombos crescidos, arfando em silêncio entre uma tempestade e uma comemoração inútil. Ingerimos restos aqui, deglutimos ódio e dúvida acolá.
Somos pombos crescidos, e sem razão.
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