"Abadá? Não, obrigado, vou recusar..."
Sim, eu estava ficando surdo. Mais precisamente do meu ouvido direito, que vez ou outra dava a impressão de estar tapado ou repleto de água. Quando minha amiga DD me convidou para assistir ao filme "Avatar", de James Cameron, pensei que ela estava tirando um sarro da minha cara de nerd. Contudo, assim que percebi meu erro – fruto da falha auditiva –, aceitei o convite, não ligando muito para o fato de a exibição ser em 3D.
Já instalado no cinema – com direito a refrigerante, pipoca e lata promocional de M&M’s –, me sentia com dois óculos (os de grau e os de 3D) no rosto, e me perguntava se o filme valia todo aquele esforço. Após uma confusão envolvendo assentos marcados e uma platéia oriunda de alguma caverna pré-histórica, a coisa toda começou.
"Avatar" não é ruim, mas também não é a revolução alardeada por jornais, revistas e demais mídias especializadas. Lá pelo meio do filme, já fica claro um sinal de "vou fazer melhor" com relação ao filme "O Segredo do Abismo", do mesmo Cameron e um fiasco de bilheteria à época de seu lançamento. Os efeitos realmente são muito bons – realizados pela mesma equipe da trilogia do "Senhor dos Anéis", na certa vai papar todos os Oscars da categoria... –, porém senti que, mais uma vez, a influência de um Barlowe ou de um Jean "Moebius" Giraud ajudou um pouquinho (como aconteceu, no caso de Moebius, em "O Segredo do Abismo"...).
No mais, "Avatar" é um faroeste ecologicamente correto, dirigido por uma mais-que-decente discípulo de John Ford. Vale a pena ser visto e – por que não – revisto.
Mas sem óculos 3D.
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