Este vosso humilde escriba, entretanto (e mais uma vez), não compartilha da alegria geral, tampouco põe a boca na vuvuzela (alheia ou própria) ou torce para que a jabulani estremeça a rede do time adversário. O tema, aqui, caro leitor, não é apenas a alienação, pois gosto não se discute. O que me incomoda, na verdade, é o ufanismo exacerbado, a propaganda nacionalista com trejeitos brincalhões, o consumismo selvagem de traços risonhos. O maniqueísmo é lei: ou você é a favor da seleção, ou você é contra, e está arriscado a ser linchado em plena Carlos Góis por hordas de adolescentes mijões bêbados.
Transformam o jogo de futebol em guerra do futebol; em bairrismo estampado nas camisetas. O argentino ridicularizado em propagandas de cerveja, o italiano afeminado, o africano cujo nome é impronunciável, a eterna burrice dos portugueses (mesmo se estes venceram a Coréia do Norte por 7 a zero, e os canarinhos só fizeram, “nervosos”, três gols contra o mesmo país asiático...).
A glória pela glória, independentemente dos métodos utilizados para alcançá-la.
Paralelamente, a sensação é de que dirigentes, técnicos e jogadores de futebol finalmente conseguiram se igualar à classe política tupiniquim em termos de falta de ética, injustiça, corrupção, desvio de verba, sonegação, ligações com o tráfico e demais práticas ilegais.
Moral parcial da história: todos nós merecemos isso...
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