terça-feira, 20 de setembro de 2011

Na versão Tupiniquim, a Primavera dos Povos é pirata mesmo...

Hoje, a partir das 17 horas, uma manifestação ocorre no centro de Pitboyland. Tem como principal objetivo a atenção para o nível - alarmante - de corrupção a que se chegou neste território tupiniquim. Organizado por meio de redes sociais na internet (Facebook, Twitter e afins), o evento pretende reunir uma multidão de insatisfeitos e passar a mensagem de "basta" no que diz respeito ao pardieiro mercantilista e clientelista que se tornou - ou que nunca deixou de ser - este curioso país.

No último dia 07 de setembro, uma manifestação similar aconteceu em Hardcore Brasília, paralela ao anual desfile militar. Naquela ocasião, a coisa toda terminou em um banho frio coletivo no espelho d'água do Congresso Nacional e adjacências. Não foi registrado excesso violento algum, tanto da parte dos manifestantes quanto da parte das forças de segurança. Nenhuma prisão mais simbólica foi efetuada. Dias antes, um muro foi estrategicamente posicionado ao longo da área do evento para que a manifestação anticorrupção não prejudicasse a festa oficial e, sobretudo, não chegasse ao campo visual da presidente e das demais autoridades.

Esta na Cinelândia já está sendo comparada às manifestações ocorridas no Cairo, que também se originaram e cresceram por meios virtuais eletrônicos. Faz algum sentido, mas não é para tanto; até porque nossos políticos não seriam tão débeis mentais e suicidas a ponto de baixarem a borracha e o chumbo quente nos manifestantes, manchando, assim, a imagem de bons mocinhos que tanto alardearam ao longo de campanhas, propagandas e governos.

O alvo, entretanto, é óbvio: a classe política. Seja esta de situação, seja ela de oposição. Fato, este, que amedronta os políticos, uma vez que não terão voz e principalmente controle durante o evento. No máximo, vão comentar o ocorrido no dia seguinte e tentar passar uma mensagem de apoio ao movimento, frisando o atual "momento de paz, de harmonia e de tranquilidade econômica" pelo qual passa o país. Aquela mesma demagogia de sempre.

Tenho minhas dúvidas quanto a mudanças reais e concretas após esta manifestação. Cá pra nós, a classe política não vai se abalar. O governador está em Londres, a presidente se encontra em Nova York. Outra: manifestação de porte se faz em frente à casa do alvo. O palácio do governo, o Congresso, e por aí vai. Centro de cidade pode até ter um apelo simbólico, mas, a longo prazo, passa batido. Me pergunto, por exemplo, se os bombeiros apoiarão o movimento, assim como os cidadãos, com fitas vermelhas, apoiaram o movimento dos bombeiros quando estes reivindicaram seus direitos.

E durante a Copa e as Olimpíadas? Manifestações aos olhos do mundo serão permitidas?

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